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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

PELA LEVEZA DO VIVER

Pela Leveza do Viver, primeiro livro do Pastor Villy Fomin, faz-nos sentir como se o pastor nos chamasse para uma conversa franca, transparente e sem rodeios sobre a vida cristã.
Posso descreve-lo como uma conversa em 111 páginas.
 
Com linguagem simples, como quem fala a um amigo intimo, ausente de palavreados técnico teológicos, ou mesmo, o fraseado gospel de efeito, o autor te leva e eleva a pensamentos sobre a graça de Jesus descrita nos evangelhos e como esta graça pode e deve nos alcançar em nosso dia cheio de complexidades.
 
Sem medo de expor seus valores de fé, mesmo sendo contrários a maré doutrinária vigente no Brasil, Villy faz uso de poetas e escritores referencias para contextualizar o que pensa. Ricardo Gondim, Eugene Peterson, Rubem Alves e Cecilia Meireles, além de outros citados, dão um peso a mais a tão brilhante conversa.
 
Longe de ser um livro doutrinário, é um livro de amor, amor pelas pessoas e pela liberdade que o evangelho nos quer dar e que muitas vezes, nos é roubada pelo peso imposto pela religião; longe de querer desfazer o mito Jesus-Deus, ele revela o homem Jesus, e o amor de Deus em cada passo, palavra e intenção nele.
 
Enfim...
Como prefaciou Ricardo Gondim: "Pela leveza do viver ajudará você, a andar com Deus e, a bailar nos céus, como pipa enamorada do vento".
 
Recomendo a leitura.
 
 
 
 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

OS MISERÁVEIS

Foram 3 meses de leitura e 33.900 paginas de um e-book. Umas das leituras mais longas que já fiz. Para quem está acostumado a ler até 1000 paginas em 15 dias, foi um desafio.
 
Enfadonha? Em nenhum momento.
Mesmo levando em consideração o fato de ter assistido ao musical lançado recentemente sobre a obra, e por isso, saber o desenrolar a estória. Li sem expectativas de me emocionar tanto quanto com o musical, que me fez chorar muito e ficar deslumbrado com tamanha beleza. Porém, creio que tenha sido isto que me chamou a atenção às demais partes do livro, detalhes que acredito passariam desapercebidos em outras circunstancia.
 
Se verdadeiras ou não, não consigo julgar, mas os interlúdios com fatos históricos e as introduções filosóficas feitas pelo autor, são um show a parte. No inicio, confesso, que queria mais era rever a estória do filme, ansiava por Jean Valjean e Fantini, porém toda a referencia histórica feito sobre Paris e sua pobreza, o olhar critico do autor, as pitadas divinamente inspiradas do evangelho e da graça em cada pagina, me fizeram acalmar.
 
Exemplo do que tenho dito, foram a descrição sobre a Guerra de Waterloo, detalhes sobre as características psicológicas de Napoleão Bonaparte, a Ordem da Adoração Perpétua, sobre o papel dos Conventos, sobre a linguagem Calão, entre outros. 
 
De todos estes, a que mais me impressionou foi a historia dos canos de esgoto de Paris, e a critica feita pelo autor, sobre os altos custos com saneamento básico, a pobreza do povo e a importância do esterco. Focado totalmente no bem estar social,  critica o progresso desordenado, o que trará ruina à cidade e manterá o povo miserável.
 
Victor Hugo, durante todo o livro, faz criticas contundentes a toda a forma de governo que manipula as camadas sociais mais baixas, mantendo os privilégios dos ricos e subjugado os menos favorecidos. Porém faz um contra ponto com a graça divina, o que chama de Providencia, e que é a luz que ilumina o coração do pobre.
 
Uso palavras do autor para descrever tão maravilhosa obra:
 
"Enquanto existir nas leis e nos costumes uma organização social que cria infernos artificiais no ceio da civilização, juntando ao destino, divino por natureza, um fatalismo que provem dos homens; enquanto não forem resolvidos os três problemas fundamentais: a degradação do homem pela pobreza, o aviltamento da mulher pela fome, a atrofia das crianças pelas trevas; enquanto, em certas classes, continuar a asfixia social ou, por outras palavras e sob um ponto de vista mais claro, enquanto houver no mundo ignorância e miséria, não serão de todo inúteis os livros desta natureza" - Hauteville House, 1862.
 
Super recomendo, e aos que se aventurarem, boa leitura!
 
 
 

domingo, 8 de dezembro de 2013

OS CAMINHOS DE MANDELA

Há muito, iniciei uma pesquisa para alguns artigos no Blog. A série se chamaria "Discípulos Esquecidos" e trataria de pessoas que mudaram a historia do mundo, mas foram esquecidos pela igreja.
 
Esquecimento este por escolha do protagonista que via o ser usado por Deus sem levantar uma religião, algo mais benéfico à causa, por tratar-se de algo maior que um "nome", ou porque a igreja não os vê como discípulos, visto sua luta ser maior que o ideal que ela propõe. Tarefa nada fácil, tanto que com o decorrer do tempo, ficou esquecida. Porém um dos nomes mais marcantes dala nunca saiu da minha cabeça: Nelson Mandela.
 
Iniciei minha jornada para conhecer este ícone do nosso tempo através do livro "Os caminho de Mandela - Lições de vida, amor e coragem" e posterior a este "Conversas que tive comigo" em que ficam evidentes o ideal maior que movia Mandela.
 
Sua vida é marcada pelos ensinamentos do seu povo, raízes estas nunca deixadas por ele, mas também há muita influencia cristã, devido as escolas em que passou ligadas a tradição de igrejas Wesleyanas, e a alguns religiosos que fizeram parte de sua vida, primeiro o reverendo Matyolo e mais tarde o Arcebispo Desmond Tutu. 
 
Nascido para ser príncipe de sua tribo, decidiu lutar pelos povos da África, doando sua vida pelo ideal de liberdade e igualdade para todos - UBUNTU - "Sou o que sou, pelo que nós somos".
 
Mandela, em meu ponto de vista, é e sempre será mais que um estadista, ou revolucionário, será uma estrela a apontar para o ideal cristão mais excelente, o amor.
 
Carteira de Membro da igreja Metodista, 1930
 
 E a lição para nós cristãos em tudo isso, é esta, que a despeito da fé que professamos, e da placa que alimentamos, está o ideal que nos move, e que não é, e nunca foi a busca por uma outra pátria, mas sim, o estabelecimento do Reino, aqui e agora, para todos. Um reino, que é maior que comida e bebida, onde a justiça, a paz e a alegria seja para todos sem exceção, porque para Deus não há judeu, grego, servo ou livre, não há macho e nem fêmea, pois todos somos um em Cristo.
 
Perdemos mais que um homem, perdemos um herói, um pedaço vivo da história, espero que não percamos os seus ideais, seus valores, e a inspiração que o motivou durante todos os seus dias, e muto mais, durante os 27 anos em que esteve preso.
 
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar."
 
Nelson Mandela - 1918 - 2013.


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

PL 122 E O PROCESSO DE INFANTILIZAÇÃO DO HUMANO

Gostaria de ter uma audiência com a bancada evangélica e com os lideres LGBTs. Começaria dizendo que não preciso de uma lei para que as pessoas deixem de falar mau de mim. Se não falarem da minha intimidade, uma vez que, se intrometer em quem deita na minha cama, que está dentro da minha casa, é no mínimo invasão de intimidade e privacidade, encontrarão, logo, outros motivos. Quer saber: sou magro de dar dó, tenho orelhas grandes, etc. Falar do outro é tão humano, que não consigo imaginar uma lei destas. Preciso de uma lei que me defenda de políticos corruptos e religiosos aproveitadores, isso sim, seria algo útil à sociedade.
 
Bullying, na minha opinião, nada mais é que um "mimimi" criado pela sociedade chata e mimada americana. Quando na escola sofria com apelidos, caso chegasse em casa chorando, ai de mim, pior que sofrer com apelidos, era apanhar da cinta do meu pai. Pergunte isso a pessoas com 30 ou mais idade e terá respostas bem parecidas. Não morri, não matei, mas aprendi a me defender. Infelizmente, sei que não é assim com todas as pessoas, porém precisamos amadurecer, e para isso, todas as experiências boas ou ruins fazem parte. Psicologia clássica, você paga absurdos em terapia, o psicólogo te ouve e aponta na sua cara todos os teus defeitos e te dá alta, você fica satisfeito, teve "autoconhecimento", cresce, amadurece. É a vida, ou você muda, ou se aceita e segue em frente! Criar uma redoma ao redor de nós, não nos ajudará. Criem leis que incentivem a formação de professores, criança preconceituosa é desinformação, professor preconceituoso é inadmissível. Incluam acompanhamento psicológico e de assistência social, para que a escola, além de informar, ajude na formação do individuo, capacitando-o a lidar com as diferenças de maneira natural.
 
O que precisa ficar claro é que sou o David, não sou gay, não sou bichinha, mulherzinha, boiola, maricas, bambi ou qualquer outro adjetivo. Quando me conheço, não sofro com apelidos depreciativos, não falam de mim, não me definem. Meus amigos sabem disso, e convivemos muito bem com as brincadeiras e piadas pesadas sobre o assunto. Não os imagino podando a zoação com são paulinos por medo de me ofenderem ou pelo risco de serem presos. Racismo é crime há mais tempo e nunca vi alguém preso por chamar de negrinho, negão, marrom-bombom; geralmente há processo para indenização financeira. É isso que vocês querem criar mais uma maquina de ganhar dinheiro? Pergunte a um negro se, se incomoda com os apelidos, creio eu que não, o que incomoda de fato, é o desrespeito, a violência e a falta de iguais oportunidades.

Mensuraram o impacto disto nas famílias? Já ouvi criança em fase escolar dizendo que "se apaganhar dos pais, chamará a policia", reflexo da lei das palmadas. Há famílias que aceitam a homossexualidade, outras levam seus filhos para terapias de reversão, outras os expulsam de casa e outras guardam silencio. O que é mais fácil então,  processar os pais, ou promover meios de conciliação?
 
Importante é informar-lhes que as eleições populares, colocam no poder representantes do povo, para o povo, e não representantes de Deus. Quando o justo governa o povo se alegra, não é isso que afirmam as escrituras? O que vemos atualmente são pessoas que acreditam terem sido levantadas para fazer o juízo de Deus contra os que não professam a mesma fé, ou estão propondo projetos que tendem a beneficiar apenas uma parcela da sociedade. Não sabem o que é politica! Governem para todo o povo, ou se levantem a bancada dos negros, dos indígenas, das religiões afro. Que cada um defenda o seu, porque é cada um por si e Deus apenas para os evangélicos.
 
Impor qualquer doutrina, ensino, regra, costume religioso a pessoas que não possuem a mesma fé, é retrocedermos à Inquisição, e sabemos que o resultado disto não é bom. Voltem os olhos para o passado e permita-lhe que os ensine. O Brasil é um pais laico e todos devem ter seus direitos de cidadão respeitados. Cumpram os princípios fundamentais da Constituição, artigo 3 - "promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, cor, idade, e quaisquer outra forma de discriminação.
 
O que vocês tanto temem?
Que gays que frequentam as igrejas e se ocultam, se assuma e queiram casar-se?
Não temam, se eles estão na igreja e não se manifestaram, não será por causa de alguma lei que o farão. O que querem é servir a Deus e por isso se ocultam, medo da exclusão da comunidade e da presença de Deus.
Qual o receio?
A proibição de pregarem em praça publica?
Entendo que este tipo de cerimônia deva ser exclusivamente de cunho evangelístico. Culto de doutrina se faz no tempo, para membros da comunidade. Preguem na praça as boas novas, a misericórdia e o amor, não o fogo da condenação. A maioria da população já vive um inferno, não tendo o mínimo para a sobrevivência, excluídos da sociedade, sem acesso a saúde, educação, saneamento-básico. Pra que acender ainda mais a chama da dor?
 
Não duvido que haja pessoas mal intencionadas, que entrarão na igreja e esperarão em silencio dias e dias, até ouvirem algo que não concordam, para então processar o tal pastor. Porém creio eu, e creio que vocês sentem que seja uma bem aventurança o sofrer perseguições e injustiças por amor ao Cristo. Evidente que esta pessoa esta possuída por um mal desejo e cremos que Cristo advoga nossa causa e nos fará a justiça, porém, se não o fizer, combata o bom combate, sofra a injustiça, como Cristo padeceu pela igreja. No mais, não queiram fazer o trabalho de Deus.

Há ambos, não infantilizem as pessoas, não manipulem, não usem como massa de manobra politica ou por quaisquer interesse. Dê o conhecimento e permitam que julguem por si só. Tenho minhas convicções e experiências de vida, está é a minha verdade, podem concordar com ela ou não. Mas foi o que me trouxe até aqui, sendo cristão e homossexual, sem sofrer excessivamente ou causar dano a ninguém.
 
Há quem sofra, há quem mate, há quem morra, há quem chore, mas também há os que sorriem e são o que são sem peso. Impossível aqui levantar todas as variáveis, por isso, deixem que cada um decida por si, permitam que cresçam, responsáveis por seu atos.
 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O POEMA DO SEMELHANTE - Elisa Lucinda

O Deus da parecença que nos costura em igualdade
que nos papel-carboniza em sentimento
que nos pluraliza, que nos banaliza
por baixo e por dentro,
foi este Deus que deu destino aos meus versos,

Foi Ele quem arrancou deles a roupa de indivíduo
e deu-lhes outra de individuo ainda maior, embora mais justa.

Me assusta e acalma ser portadora de várias almas
de um só som comum eco, ser reverberante
espelho, semelhante, ser a boca
ser a dona da palavra sem dono de tanto dono que tem.

Esse Deus sabe que alguém é apenas o singular da palavra multidão
É mundão, todo mundo beija, todo mundo almeja, todo mundo deseja, todo mundo chora
alguns por dentro, alguns por fora, alguém sempre chega, alguém sempre demora.

O Deus que cuida do não-desperdício dos poetas
deu-me essa festa de similitude
bateu-me no peito do meu amigo

encostou-me a ele em atitude de verso beijo e umbigos,
extirpou de mim o exclusivo:
a solidão da bravura, a solidão do medo, a solidão da usura
a solidão da coragem, a solidão da bobagem, a solidão da virtude
a solidão da viagem, a solidão do erro, a solidão do sexo
a solidão do zelo, a solidão do nexo.

O Deus soprador de carmas deu de eu ser parecida
Aparecida, santa, puta, criança
deu de me fazer diferente
pra que eu provasse da alegria de ser igual a toda gente

Esse Deus deu coletivo ao meu particular
sem eu nem reclamar
Foi Ele, o Deus da par-essência
O Deus da essência par.

Não fosse a inteligência da semelhança
seria só o meu amor
seria só a minha dor
bobinha e sem bonança
seria sozinha minha esperança.
 

domingo, 27 de outubro de 2013

ENTRE A CRUZ E O ARCO-ÍRIS

O livro se inicia com uma advertência para gregos e troianos: "não sou um livro de respostas", porém tratando-se de um assunto polemico, ambos os envolvidos, farão uma leitura tendenciosa buscando evidenciar que o seu lado nesta guerra "nada santa" está correto.
 
De um lado do ringue, cristão procuram motivos para um novo dia de Sodoma e Gomorra, dia este em que fogo cairá do céu e consumirá todos os pecadores; do outro lado, gays, querendo a destruição da 'sagrada família, do Reino de Deus e desejando conquistar o mundo com uma ditadura gay alcançando direitos acima de todos os Direitos.
 
O livro é eficaz naquilo que se propõe - sem respostas - mostra a realidade nua e crua dos dois lados, mas faz algo mais, mostra também aqueles que não se enquadram em nenhum dos lados, aqueles que estão ENTRE a cruz e o arco-íris: pastores e gays que encontraram através dos ensinamentos de Jesus e seu amor incondicional, uma forma de não fechar as portas, nem para Deus que deixou sua glória e saiu em busca de suas ovelhas, e nem para o homem, que busca em Deus motivos para sua complexa existência.
 
Interessante é, ao longo dos poucos relatos pessoais, perceber a mudança  interna, quebra de paradigmas, sensibilização, empatia e amor pelo outro, vividos pela autora, que culminou na busca pela humanização do tema, mostrando também o sofrimento das famílias envolvidas, pais e mães que devido a religião, são "obrigados" a por na geladeira o amor que sentem pelos filhos, e gays que devido às pressões da religião, chegam ao fundo do poço da não-aceitação e dão fim a própria vida, num ato de total desespero. Situações estas, muitas vezes deixadas de lado, quanto militantes dos dois lados, se apresentam nos púlpitos para defenderem suas posições.
 
Minha critica em relação a ele, deve-se ao fato de que, como sempre, os debates resumem-se apenas à cama, não se leva em conta que heterossexuais se unem em matrimonio por muito mais motivos que apenas o sexo, homossexuais também!!  Faltou relatos de casais homoafetivos, cuja união seja consistente como as idealizadas pela igreja, e que conseguem equilibrar sexualidade e religião.
 
Assim como a autora, devia possuir seus preconceitos pelo desconhecimento, a sociedade precisa também saber que há homossexuais que, como muitos heterossexuais, não são promíscuos e querem viver uma vida moralmente sadia em seus relacionamentos.
 
A falta de conhecimento, ainda é a maior fonte de preconceitos!!
 
Entre a Cruz e o Arco-Íris - A complexa relação dos cristãos com a homoafetividade.
Autora: Marilia de Camargo César
Editora Gutenberg
239 páginas
 
 
 
 
 

domingo, 29 de setembro de 2013

AMOR DE INDIO

Música lindíssima na voz de Maria Gadú, um tributo a vida vivida com amor, evangelho puro, simples e poético.


sábado, 28 de setembro de 2013

CICLO DA VIDA, UMA REFORMA PELA FELICIDADE

Estamos, todos nós fadados ao ciclo da vida: "nascer, crescer, reproduzir e morrer". 
Foi com base nisso que toda a historia humana foi escrita. Povos e nações, foram criadas, se desenvolveram e se estabeleceram, algumas delas duram até os dias de hoje. É o  poder da permanência através dos tempos, a tão sonhada eternidade.
 
Homens e Mulheres, carregam desde então, o peso de serem os perpetuadores da espécie, e não só isso, são os responsáveis por levarem para a posteridade o nome da família. E assim, leis morais, não escritas, mas transmitidas no seio da família, foram sendo criadas e a cada geração, solidificadas. O poder deve permanecer nas mãos de quem o detém!!
 
E para isso, algumas destas leis, criaram tabus como "não se casar, não ter filhos, ou ter filhos apenas do sexo feminino". e eram causa de vergonha familiar  e muito além disso, o que deveria ser um direito, uma escolha pessoal, carregando um peso de lei moral, colocava a margem social quem não se adequava, ou quem escolhia seguir outro rumo na sua breve vida.
 
O que não se levava em conta, até pela manutenção do poder, eram as várias questões que fazem uma pessoa decidir por viver só, as outras que interferem na procriação, foram sendo derrubadas a medida que a ciência medica avançava.
 
Porém, por qual motivo, mantemos ainda hoje, sob nossos ombros esta responsabilidade, e em nossa sociedade estes tabus?
 
Quem nunca ouviu num tom de reprovação: "vai ficar para titia heim?"; Ou ainda: "Esta na hora de ter filhos!"; E quando nasce uma menina: "E quando vem o machinho da família?"; Mesmo que de forma velada, em tom de brincadeira, ainda existe a cobrança, e muitos sofrem com comentários desagradáveis por serem solteiros, por terem mais de 30 e não serem casados, por serem casados e não terem filhos, por decidir não ter filhos e por qualquer inadequação aos padrões sociais.
 
O quanto devem estar cheio os consultórios terapeutas com pessoas que se sentem inadequadas pelos motivos citados, muitas delas depressivas ou com instintos suicidas. Basta uma conversa em um grupo de amigos, para perceber que o tema ainda incomoda e tira a felicidade de muitos.
 
Acredito que já passou a hora de reformularmos este ciclo da vida, tenho uma sugestão: "nasce, cresce, decide como viver feliz e morre".
 
O que não podemos mais aceitar é a infelicidade, que causa além da morte social, pela marginalidade, a morte física antes do tempo, devido a cobrança de uma adequação social que ao outro é impossível vivenciar.
 
Que as leis morais que nos regem sejam todas elas a favor do humano, baseadas no amor.
 
Pense nisso!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

DOIS

Dois,
Palavra que se diz de boca cheia,
De tão completa possui eco.
Nunca está sozinha.
Já nasceu soma. É par.

Dois,
É sonho acompanhado.
Desejo saciado.
Vitória repartida.
É felicidade sem medida.

Dois,
Já disse a sabedoria de Deus é sempre melhor.
São dois que se fazem um.
É força, é calor, ajuda e sustento.
É unidade que vence qualquer tormento.

Dois,
Sou eu, é você
Cada um do seu jeito.
Somos nós.
Sem tentar ser perfeito.

Dois passos,
Um único caminho.

Dois corações.
O mesmo ritmo.

Dois bailando.
Uma só canção.

Dois anos, um amor.
Uma aliança por toda vida.



domingo, 15 de setembro de 2013

POR UMA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

Quando você se propõe a ler um livro com um nome destes, é impossível não criar expectativas. Principalmente quando você já conhece o autor e sabe que o que te espera são pensamentos impressionantes que vão te fazer cambalear entre várias emoções.
 
É assim que Rubem Alves escreve seus textos, para que ao ler, percamos o fôlego.
 
E logo no prefácio chamado "Sobre Deuses e Caquis" ele te dá um banho de água fria, e diz: "Peço desculpas por ter escrito um livro assim tão chato (..) escrevi feio, sem riso ou poesia".
 
E em outro momento, orienta, a pular determinado capitulo, dizendo que "lá o caqui está verde, pega na boca, adstringente, e quem não foi treinado tem vontade de cuspir."
 
E faz do prefacio, a parte mais bela do livro, cita: Nietzsche, Emily Dickinson, Cecilia Meireles, Adélia Prado, Guimarães Rosa, Mozart, Chico Buarque entre outros, e assim, vai cativando o leitor, que esquece suas recomendações.
 
O livro se torna denso, uma linguagem pesada, que parece se repetir, e a vontade é realmente de desistir. É como virar mil  paginas e permanecer na mesma, até que de repente uma luz aparece e mesmo através de linguagem teológica, muitas vezes de difícil entendimento, Rubem Alves reaparece, com seu pensamento revolucionário para a época.
 
"Jesus aponta o mesmo problema [da Lei] ao indicar que o significado original dos mandamentos se colocava em favor do homem, mas que tal significado havia se perdido através de um processo de congelamento, que deles fez um poder anti-humano"
 
E assim, capitulo após capitulo, vai iluminando o caminho para devolver ao homem a sua humanidade e a possibilidade de resignificar a sua fé e a sua capacidade de transformar o mundo a sua volta, libertando-se das cadeias de uma religiosidade fria e de um sistema político-social que visam mantê-lo.escravo, mas com aparência de liberdade.
 
Recomendo a degustação com paciência.
 

domingo, 1 de setembro de 2013

COMPORTAMENTO HOMOSSEXUAL: CONFISSÃO

Eu não me descobri, acho que isso aconteceu e não tem explicação. De repente percebi que gostava daquele menino da 4ª série do ginásio. Sim! O primeiro garoto de quem gostei.
 
Há uma época da infância, e se há comprovação cientifica disso, não sei, em que toda criança, entre os 5 e 9 anos, cria uma repulsa pelo sexo oposto. Os meninos são chatos porque só querem bola e as meninas chatas porque só querem bonecas. Parece que eles não se entendem e, por isso, mantém distancia, mas com o tempo isso passa.
 
Nunca me importei com esta questão, brincadeiras de meninos, e brincadeiras de meninas, o que eu queria era brincar, pois isso é ser criança. Também não me importava com a cor das minhas roupas, se azul, amarelo ou rosa, elas ficariam sujas de terra de toda forma.
Sim, eu era uma criança com todas as letras,
 
Naquela época eu não tinha nem ideia do que era ser hetero ou homossexual.
Por isso acredito que ninguém se descobre, nascemos com o incrível dom de amar, amar de várias maneiras e intensidade e ponto final.
 
E assim descobri que gostava de homens, só não sei exatamente quando aconteceu.
E também não sei exatamente o que eu gosto neles.
 
Um homem ideal, precisa ser capaz de conversar comigo por mais de cinco minutos sem que eu perca o interesse. Também não há nada especifico que me excite, acho que cada um tem sua particularidade, e por isso despertam em nós, sensações e prazeres diferentes.
 
Tem gente que curte olhar a bunda,  mas é inegável que sempre olhamos também o volume da frente. As mãos também chamam a atenção, sem falar nas pernas, costas, barba, o olhar expressivo e os cabelos.
 
Sim! Confesso, gosto de homens.
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Se você ficou confuso se o autor do texto é homo ou heterossexual, isto significa que o comportamento sexual se manifesta de igual maneira em todo mundo, isto é, naturalmente.
 
Ele acontece assim, de repente e não tem explicação lógica, não é aprendido, nem imposto, faz parte do curso natural da vida. Em dado momento você olha para alguém e seu corpo reage com sensações nunca antes sentidas: calor, suor nas mãos, tremedeira, palavras que faltam, euforia, etc. E como todo mundo, simplesmente aceitamos esta realidade.
 
Estamos apaixonados e queremos viver isto intensamente!!
Não há certo ou errado, há apenas o humano.
 
Obrigado Caroline Amorim, por responder as questões malucas deste seu amigo, o que possibilitou a criação deste texto. Se ainda há duvidas, Caroline é Heterossexual assumida.
 

sábado, 31 de agosto de 2013

A QUEDA

"A boca fala do que o coração está cheio" - Mateus 12:34
 
Tudo o que falamos está dentro de nós, como desejos ocultos ou inconscientes.
Há quem acredite que nossas palavras tem poder, e que devemos nos preocupar com o que sai de nossa boca, pois daremos conta de cada palavra.
 
E quando em momentos de muita alegria ou de profunda tristeza, falamos coisas sem pensar. E quando essas palavras impensadas, se tornam realidade.
O que fazer?
 
Nas páginas de A Queda, você não encontrará esta resposta. Mas, irá caminhar com um pai, que num momento de sensibilidade, movido pela beleza de uma construção humana, irrefletidamente "deseja" o pior para seu filho ainda não nascido.
 
Longe de ser um meio de aplacar a dor, arrancar o remorso ou mesmo buscar perdão, os 424 passos de Diogo Mainardi, autor do livro, me levaram a conhecer o lado belo de uma historia triste.
 
Através de fatos curiosos, lugares, pessoas que se encontram e reencontra na historia e através do milagre que é "Tito" - o filho - e suas conquistas, você se reencontrará com a humanidade, encontrada por este pai.
 
Super recomendo.
 
A Queda
Diogo Mainardi
 
 
 
 

domingo, 25 de agosto de 2013

PULGA ATRÁS DA ORELHA


"A minha alma está armada e apontada para a cara do sossego, porque paz sem voz, não é paz, é medo" 
O Rappa

A minha alma está a(R)mada, livro de Sergio Pavarini lançado em 2011, foi tema de uma palestra na Igreja Betesda ZL na noite de 24 de Agosto.

Através de músicas do Pop Rock Nacional, muito humor, gossip gospel, experiência de vida, Bíblia e muito do espirito revolucionário que O conduz, Pava direcionou os aproximadamente 50 jovens que compareceram ao local à uma reflexão sobre o papel do jovem na mudança da Igreja.
 
Com questionamentos, que deixaram a galera muda e com muita bala na agulha disse:
"Somos (nós a igreja) menos relevantes que a sobre de Pedro".
 
Criticou lideranças, a bancada evangélica, o mercado gospel, o preconceito da mídia, a mídia comprada gospel, os preconceitos entre os próprios cristãos de segmentos diferentes, os absurdos do S.M e do M.F.  Mas também mostrou o outro lado, referencias positivas na cristandade, como a Cristolândia (da Igreja Batista) para recuperação de dependentes químicos da região de São Paulo conhecida como Cracolândia, a Visão Mundial com seu programa de apadrinhamento infantil, as ações da ABAB (Igreja que frequenta) entre outros.
 
E assim, colocou a pulga atrás da orelha de quem estava presente.
Disparou: "A culpa do que está ai é minha, é sua, pois não nos engajamos em ações que sejam realmente relevantes para o reino".
 
Citou ainda a presença de algumas igrejas nas manifestações recentes pelo Brasil, os jovens da própria Betesda que dias atrás fizeram um multirão para doação de sangue, mostrando que ainda há esperança, e que podemos fazer a diferença.

No final, fez uma breve oração e sorteou alguns livros.

 
Wagner Batizelli (foto) ganhador de um dos livros e Camila Ribas, ambos cristãos católicos, que compareceram à palestra, saíram impressionados e disseram ter gostado muito do que ouviram. Wagner citou ainda que poderia ter ficado a noite inteira ouvindo as experiências do Pavarini.

Visite o site PavaBlog e saiba onde Pavarini estará nos próximos dias.

DESAFIO

Ouvi certa vez que sou movido a desafios, não acredito que isso seja uma verdade literal. Tenho medo do novo, mudanças bruscas e repentinas me tiram o sono, sofro com a ansiedade.
 
O que não gosto, é ser tirado de incapaz, isso mexe com meu espírito, com meu valor, e darei o máximo que puder para provar para mim mesmo que consigo.
 
E assim começa a historia destas leituras: eu reclamando que precisava aumentar o meu vocabulário em inglês, meu amigo com viagem de intercâmbio marcada e meu aniversário se aproximando.
 
Logo, sem saber o que dar para um ser um tanto quando chato, meu amigo Paulinho (que ainda não voltou do Canadá)  me presenteou com três livros em inglês e me desafiou a lê-los até que ele voltasse da viagem.
 
Para azar dele, e minha sorte, li os três livros recomendados antes mesmo da viagem dele, e já li outros três, em apenas 15 dias da viagem.
 
#PerdeuMané
 
Frankenstein:
Escrito por Mary Shelley quando ela tinha apenas 19 anos - entre 1816 e 1817.
O romance relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que constrói um monstro em seu laboratório.
O que mais me chamou a atenção no romance, é o contexto atual sobre desejo da fama a qualquer custo, trabalho excessivo esquecendo a família, preconceito, ódio, padrões de beleza e aceitação do outro.
 
Vale a pena a leitura, recomendo.
 
Oliver Twist:
Escrito por Charles Dickens, o romance relata as aventuras e desventuras de um rapaz órfão. É um dos romances onde o autor trata do fenômeno da delinquência provocada pelas condições precárias da sociedade inglesa da época.
Achei um pouco confuso, muitos personagens das quais as motivações na historia não ficam claros o bastante.
 
O livro foi, por diversas vezes, adaptado ao cinema. Destaca-se a adaptação de David Lean de 1948, e a versão de Roman Polanski, lançada nos cinemas em 2005.
 
Não assisti aos filmes, mas espero que sejam menos confusos que o livro.
 
Romeu e Julieta:
Livro clássico da literatura mundial, é uma tragédia escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária de William Shakespeare, sobre dois adolescentes cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora em pé de guerra.
 
A peça ficou entre as mais populares na época de Shakespeare e, ao lado de Hamlet, é uma das suas obras mais levadas aos palcos do mundo inteiro. Hoje, o relacionamento dos dois jovens é considerado como o arquétipo do amor juvenil.
 
Sinceramente, não gostei, muito dramalhão mexicano, diálogos que de longe retratam a verdade de um romance, ao menos na minha opinião. 
 
Vale mesmo pelo  símbolo que a obra é na história.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

EPITÁFIO

Nunca fui escritor.
O que eu sentia era uma dor no peito.
Que escorria pelos braços
sempre que a caneta estava em minha mão.
Como rio correndo em direção ao mar.

E assim alimentava as mágoas.
Na hemorragia de sentimentos afogava a vida.
E me afogava.

Nunca fui poeta.
O que eu queria era um amor.

E eu o inventava,
O desenhava,
O descrevia,

Com o desejo brincava,
rimava.

Até que decidi ser eu mesmo.
Matando o escritor.
Esquecendo o poeta.
Vivendo,
Sentindo.
Amando.
Você.







domingo, 28 de julho de 2013

AS DIVINAS GERAÇÕES

@saobrabo é assim que Paulo Brabo é conhecido em seu perfil no Twitter.
Se eu o conheço? Não! Pelo que se lê, mora em um monastério, escondido de tudo e todos.
Dizem que lá, até alguns dias não havia nem TV, porém se rendeu aos encantos daquela que outrora era conhecida como a "imagem da besta".

Por que digo isto? Porque Paulo Brabo não é uma celebridade no meio gospel nacional, não se expõe, não dá muitas entrevistas, alias, não dá entrevistas, é um famoso desconhecido. Seus livros, são apanhados de pensamentos do Blog que deu origem e nome ao seu livro "A Bacia das Almas". Livro que me apresentou ao autor.
 
O livro A Bacia das Almas, que li em setembro de 2012, sinceramente, só me atraia pelo titulo e por sua capa, creio que, por isso, demorei alguns meses para decidir comprá-lo, medo de me decepcionar.
Porém fui fisgado pelo seu conteúdo.
 
Conhecer Paulo Brabo de perto passou a ser um desejo, assim como conhecer Rubem Alves, Ricardo Gondim, Sergio Pavarini, e outros. Desejo sincero, nada de tietagem. Desejo de conhecer gente que faz da sabedoria um caminho para trilhar a sua espiritualidade. Gente que aprendeu em Eclesiastes que deve amar a sabedoria.
 
Em seu mais novo livro - AS DIVINAS GERAÇÕES, vendido apenas em e-book, o autor que me impressionou com "A Bacia" e com "Em 6 passos", volta ainda mais picante, provocativo, revolucionário, polemico e contundente. Através de um paralelo sobre a forma grega "versus" a forma romana de pensar, ele expõe pensamentos sobre a relação homem-mulher, homossexualidade, capitalismo, igreja, relacionamentos e muitos outros.
 
Abaixo o vídeo de divulgação do livro.
Recomendadíssimo!! 
 

domingo, 30 de junho de 2013

DIAS MELHORES



Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos
Para trás...

Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre

Vivemos esperando
Dias melhores prá sempre
Dias melhores prá sempre
Pra sempre.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

domingo, 19 de maio de 2013

DIVERSIDADE

Calcula-se que existam cerca de 8,7 milhões de espécies de seres vivos, destes apenas 1,2 milhão já foram formalmente descritas, em sua maioria criaturas terrestres. Imagine então o tamanho desta diversidade se incluirmos ai rios e oceanos.

A Bíblia é clara em dizer que tudo o que precisamos saber sobre Deus, isto é, seus atributos e seu poder, estão impressos nas coisas que foram criadas, em sua beleza e diversidade (Romanos 1:20 paráfrase).

Para quem ama a Deus e, pensando nesta maravilha que é a criação, acredito eu, seja difícil conviver com o fato de que existam pessoas que não gostem de outras, justificando o seu desgosto através de características das quais as outras não podem fazer nada para mudar.
O mau não está no fato de ser diferente, nem na impossibilidade de mudar, e sim, no sentimento de superioridade do outro.
Como não amar as belas vozes dos negros, seus cabelos crespos, a cintura de suas mulheres com seu andar ritmado, seus dentes mais brancos que os de comercial de creme dental, e a garra que possuem para vencer adversidades. Quem nunca perguntou para um japonês ou descendente, se ele conseguia enxergar mesmo com os olhos quase fechados. Quem quando criança, não imaginou que pessoas com olhos verdes ou azuis, veem o mundo da cor de seus olhos. Quem nunca teve vontade de saber quem pintou os cabelos de um ruivo com aquele vermelho incomum.
Impossível não suspirar com tamanha diversidade e beleza dos seres humanos, conhecidos como a coroa da criação.
Um fato histórico terrível, é que por muito tempo, o diferente vem sendo perseguido. Basta olharmos para trás, quantos povos, quantas tribos, quantas línguas, quanta gente, desapareceu, dizimadas por culturas que se consideravam superiores. Nem tão longe de nós, podemos citar o massacre aos povos indígenas não só por parte dos colonizadores, mas por parte da igreja. A escravidão dos negros, aqui e nos EUA, apoiada por grande parte da população branca e cristã.  Sem falar no holocausto, no apartheid, e na perseguição histórica às mulheres em várias culturas até hoje.
Infelizmente, o mundo ainda está impregnado deste sentimento de superioridade, deste racismo, que dita moda, cria dogmas e diz que o que é diferente é feio, fazendo com que pessoas se sintam infelizes por serem o que são.
Alimentam indústrias, subnutrem almas, destroem vidas. Com seus discursos malignos querem acabar com o que de mais belo há na criação.

Mas, mais uma vez recorro ao Apostolo Paulo, quando diz que “em Cristo, fomos revestidos de um novo homem, segundo a imagem daquele que nos criou, onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; Mas Cristo é tudo em todos” (Colossenses 3: 10-11).
A diversidade humana não é um defeito, mas a marca de um Deus criativo, haja vista que ninguém possui a mesma impressão digital, o mesmo tom de voz ou a mesma íris do olho. Porque não, a diversidade na sexualidade?

Deus está continho na diversidade de sua criação, e acabar com a diversidade, é tentar acabar com Deus!

domingo, 28 de abril de 2013

A QUEM AMO

Se pudesse dizer a quem amo.
O exato momento em que aconteceu.
O amor perderia a graça.

Deixaria de ser sentimento.
E passaria a ser razão.
A mente seria sua casa.
Longe estaria o coração.

Quem sabe assim, teríamos a chance de voltar atrás.
Quando nos fizesse sofrer.
Seria possível do amor se arrepender.
Que tragédia seria viver!

Já pediu para uma grávida explicar.
De onde vem tanto amor pelo filho que ainda não viu?
Ela poderia tentar.
Passaria a mão da barriga e.
Começaria a chorar.
Para por fim dizer:

“Não dá.
Simplesmente amo.
Assim sem pensar.
Sem nenhum pesar.”

O amor é cheio de mistérios.
Triste de quem O tenta explicar.
E infelizes são aqueles.
Que O tentam limitar.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

CARTA AOS SÉRIOS


Caros leitores, após algum tempo de reflexão e observação de determinados fatos, decidi expor minha opinião a respeito de um dos principais conflitos desenvolvido em nossa sociedade, o conflito relacionado a religião e a homossexualidade.

Acredito que todos devem ser levados a sério, TODOS, independente de raça, sexualidade, gênero, classe social e afins, mas infelizmente, a maioria das pessoas não se preocupam em carregar e expor suas idéias junto a sabedoria e seriedade que as mesmas merecem.

No Brasil, o chamado Ativismo Evangélico tem incendiado muitas igrejas, vejo pessoas se levantando contra a chamada prática homossexual argumentando que os mesmo irão destruir o conceito de normalidade familiar, pervertendo nossa sociedade e alienando nossas crianças, vejo Pastores adjetivados como "de elite", esbravejando ufanicamente que estão sendo perseguidos, assim como os discípulos de Jesus, mas que não irão baixar a cabeça, seguirão para a Guerra Santa contra os escarneçedores, incentivando de maneira indireta a raiva, o preconceito e a valorização do ‘’sentir teleguiado’’ onde as emoções relacionadas a convivência junto ao diferente são condicionadas em massa, promovendo o chamado "comportamento de manada" em prol de uma causa, e que por sua vez, acaba cegando a racionalidade de muitos, e o que é pior, destruindo o conceito de fraternidade, aceitação e não julgamento, características essas apoiadas e incentivadas pelo filho de Deus.

Também me dirijo ao chamado Ativismo Gay, que desenvolveu uma verdadeira militância fiel e sem pudores, onde o protesto por uma causa muitas vezes, ultrapassa o caráter político esbarrando no conceito de inconveniência e baderna, onde muitos vão as chamadas ‘’Paradas Gays’’, não para defender ou comemorar seus direitos, vão apenas para admirar corpos semi-nus, desfilar suas novas fantasias, causar espanto e desaprovação da maioria desvalorizando símbolos religiosos entre outros atos que definitivamente não possuem caráter político algum.

Agora venho falar sobre os aqueles que estão em cima do muro, não gostam do esbravejamento malafaiano, afirmando que o mesmo serve apenas para promover o condicionamento das massas evangélicas, ao mesmo tempo, dizem que respeitam os homossexuais, que cada um vive da forma que quiser, que até possuem amigos gays, mais que acham errado a idéia do tão engasgado ‘’casamento gay’’ ou até mesmo do afeto em público, pois iria constranger a maioria.

Bem Senhoras e Senhores, como demonstrado acima, o Brasil pode ser considerado um país bem ‘’plural’’ no que diz respeito a ideologias (ou até mesmo, a falta delas), mas agora, me dirijo aos sérios, pessoas que se comprometem de fato com suas causas, aos Cristãos que desde pequenos aprenderam que o principal motivo da vinda de Cristo a terra não foi outro além da disseminação do amor incondicional. Aqueles que não se preocupam em aceitar, e sim em amar ao próximo, deixando o primeiro verbo para quem de fato tem autoridade para isso (se é que de fato ele se preocupa em aceitar ou não alguém também), também me dirijo aos homossexuais sérios e comprometidos com sua causa, que lutam pelos direitos de quem passou anos e anos sofrendo dentro do tal ‘’armário’’, tendo que conviver com toda sorte de ofensas e preconceitos, tendo que agüentar tudo isso de maneira calada e velada, onde muitos não resistiram e ceifaram a própria vida, vivendo relações escondidas e incompletas, sem possuir direitos que outrora deveriam caracterizados como de cunho geral, mas que privilegia apenas a maioria.

Quero afimar estes, a todos estes a qual eu classifico como sérios, que a comunhão de vocês não é impossível, se todos lutarem por uma única causa, onde a ‘’aceitação’’ ou ‘’respeito religioso’’ se desenvolveriam possuindo o amor como base, onde ambos cresceriam juntos, aprenderiam juntos e se respeitariam, sem se preocupar em impor suas idéias um sobre o outro, pois não existe respeito maior do que amar alguém.

Não adianta gastar milhões com alegorias, carros de som , fantasias cheias de plumas e afins, também não resolve-se nada patrocinar cruzadas religiosas, programas de TV, protestos ‘’hetero-cristãos’’ em prol da família enquanto uma mãe vê seu filho tirar a própria vida por ser gay ou lésbica, nos levando a pensar: De quem seria a culpa? Será que ao invés de alimentar uma guerra, ambos os lados poderiam se abraçar? Sem julgamentos, exclusões ou intolerância.

Talvez, se isso acontecesse, eu poderia assinar este texto livre de preocupações, pois

Sou Cristão, de família cristã tradicionalista

Sou Gay

Sou Sério.

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Recebi o texto de um amigo, assim pronto e só me autorizou postar sem o credito de autor.
HLS

sábado, 30 de março de 2013

E SE ALGUÉM ACENDER A LUZ?




“E se alguém acender a luz?”, com esta pergunta Elienai Cabral Junior, nos leva a reflexões sobre como reencantar-se com a fé, desiludindo-se com crenças.  

Um titulo que nos remete a quebra de paradigmas, a reforma, ao novo. Basta uma rápida olhada no índice e você terá uma amostra do que te espera. Com capítulos intitulados de “Porque os evangélicos são tão crentes, mas tão feios?” e “Só os preconceituosos herdarão o reino de Deus” você pode esperar por um livro contundente, revolucionário, sensacionalista. Um tratado contra as loucuras evangélicas atuais.

Alguns desavisados poderão julgar o livro pela capa e achar que para se ter um fé renovada, para se reencantar com a fé como propõe o autor, seja necessário jogar fora “tudo” o que já se tenha aprendido, e ainda mais, ter todas as crenças primarias como mera ilusão. Já ouvimos este discurso dias atrás, no inicio do movimento G12 no Brasil. E o que aconteceu? NADA! Acredito que aprofundamos o abismo de heresias em nosso meio.

Mas o livro é mais que isso, alias não é nada disso...

Nas primeiras páginas, me imaginei lendo uma dissertação de mestrado. Palavras e termos difíceis para o cristão médio. Cita-se pensadores e elucidam-se argumentos. Mas o que toma conta do livro é a poesia, nas palavras de Fernando Pessoa, Adélia Prado e Drummond. Músicos como Chico Buarque, Lenine e Gilberto Gil fazem parte do que chamo de uma escrita simples, poética e apaixonada. Concordar com o que se diz, é o mínimo que se pode fazer.

Um capitulo emocionou-me sobremaneira “Meu pentecostalismo Revisitado” acredito ser este o mais biográfico do livro: o chamado pastoral ainda na infância, a expulsão do seminário, as experiências de quem conhece os bastidores do poder evangélico, decepcionante, sim, mas ajudaram-no a escolher o caminho a ser trilhado.

Assim, Elienai elucida o motivo da existência deste livro, que, acredite, passa longe de ser um livro revolucionário, no sentido de apenas confrontar os dogmas, doutrinas, e modo de vida evangélico do momento, e trazer uma nova revelação; também passa longe de ser sensacionalista, aproveitando o momento, para "chutar cachorro morto". O livro é muito mais que isso.

É contundente e revolucionário, por trata-se de um chamado àquilo vemos em Cristo, um chamado ao que é belo, simples e humano, e por isso divino.

É um holofote clareando o interior e revelando a busca por uma espiritualidade sadia. 

E se alguém acender a Luz? 
Desiludir-se com crenças, reencantar-se com a fé. 
Doxa e Fonte Editorial 
181 páginas