Pages

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

PELA LEVEZA DO VIVER

Pela Leveza do Viver, primeiro livro do Pastor Villy Fomin, faz-nos sentir como se o pastor nos chamasse para uma conversa franca, transparente e sem rodeios sobre a vida cristã.
Posso descreve-lo como uma conversa em 111 páginas.
 
Com linguagem simples, como quem fala a um amigo intimo, ausente de palavreados técnico teológicos, ou mesmo, o fraseado gospel de efeito, o autor te leva e eleva a pensamentos sobre a graça de Jesus descrita nos evangelhos e como esta graça pode e deve nos alcançar em nosso dia cheio de complexidades.
 
Sem medo de expor seus valores de fé, mesmo sendo contrários a maré doutrinária vigente no Brasil, Villy faz uso de poetas e escritores referencias para contextualizar o que pensa. Ricardo Gondim, Eugene Peterson, Rubem Alves e Cecilia Meireles, além de outros citados, dão um peso a mais a tão brilhante conversa.
 
Longe de ser um livro doutrinário, é um livro de amor, amor pelas pessoas e pela liberdade que o evangelho nos quer dar e que muitas vezes, nos é roubada pelo peso imposto pela religião; longe de querer desfazer o mito Jesus-Deus, ele revela o homem Jesus, e o amor de Deus em cada passo, palavra e intenção nele.
 
Enfim...
Como prefaciou Ricardo Gondim: "Pela leveza do viver ajudará você, a andar com Deus e, a bailar nos céus, como pipa enamorada do vento".
 
Recomendo a leitura.
 
 
 
 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

OS MISERÁVEIS

Foram 3 meses de leitura e 33.900 paginas de um e-book. Umas das leituras mais longas que já fiz. Para quem está acostumado a ler até 1000 paginas em 15 dias, foi um desafio.
 
Enfadonha? Em nenhum momento.
Mesmo levando em consideração o fato de ter assistido ao musical lançado recentemente sobre a obra, e por isso, saber o desenrolar a estória. Li sem expectativas de me emocionar tanto quanto com o musical, que me fez chorar muito e ficar deslumbrado com tamanha beleza. Porém, creio que tenha sido isto que me chamou a atenção às demais partes do livro, detalhes que acredito passariam desapercebidos em outras circunstancia.
 
Se verdadeiras ou não, não consigo julgar, mas os interlúdios com fatos históricos e as introduções filosóficas feitas pelo autor, são um show a parte. No inicio, confesso, que queria mais era rever a estória do filme, ansiava por Jean Valjean e Fantini, porém toda a referencia histórica feito sobre Paris e sua pobreza, o olhar critico do autor, as pitadas divinamente inspiradas do evangelho e da graça em cada pagina, me fizeram acalmar.
 
Exemplo do que tenho dito, foram a descrição sobre a Guerra de Waterloo, detalhes sobre as características psicológicas de Napoleão Bonaparte, a Ordem da Adoração Perpétua, sobre o papel dos Conventos, sobre a linguagem Calão, entre outros. 
 
De todos estes, a que mais me impressionou foi a historia dos canos de esgoto de Paris, e a critica feita pelo autor, sobre os altos custos com saneamento básico, a pobreza do povo e a importância do esterco. Focado totalmente no bem estar social,  critica o progresso desordenado, o que trará ruina à cidade e manterá o povo miserável.
 
Victor Hugo, durante todo o livro, faz criticas contundentes a toda a forma de governo que manipula as camadas sociais mais baixas, mantendo os privilégios dos ricos e subjugado os menos favorecidos. Porém faz um contra ponto com a graça divina, o que chama de Providencia, e que é a luz que ilumina o coração do pobre.
 
Uso palavras do autor para descrever tão maravilhosa obra:
 
"Enquanto existir nas leis e nos costumes uma organização social que cria infernos artificiais no ceio da civilização, juntando ao destino, divino por natureza, um fatalismo que provem dos homens; enquanto não forem resolvidos os três problemas fundamentais: a degradação do homem pela pobreza, o aviltamento da mulher pela fome, a atrofia das crianças pelas trevas; enquanto, em certas classes, continuar a asfixia social ou, por outras palavras e sob um ponto de vista mais claro, enquanto houver no mundo ignorância e miséria, não serão de todo inúteis os livros desta natureza" - Hauteville House, 1862.
 
Super recomendo, e aos que se aventurarem, boa leitura!
 
 
 

domingo, 8 de dezembro de 2013

OS CAMINHOS DE MANDELA

Há muito, iniciei uma pesquisa para alguns artigos no Blog. A série se chamaria "Discípulos Esquecidos" e trataria de pessoas que mudaram a historia do mundo, mas foram esquecidos pela igreja.
 
Esquecimento este por escolha do protagonista que via o ser usado por Deus sem levantar uma religião, algo mais benéfico à causa, por tratar-se de algo maior que um "nome", ou porque a igreja não os vê como discípulos, visto sua luta ser maior que o ideal que ela propõe. Tarefa nada fácil, tanto que com o decorrer do tempo, ficou esquecida. Porém um dos nomes mais marcantes dala nunca saiu da minha cabeça: Nelson Mandela.
 
Iniciei minha jornada para conhecer este ícone do nosso tempo através do livro "Os caminho de Mandela - Lições de vida, amor e coragem" e posterior a este "Conversas que tive comigo" em que ficam evidentes o ideal maior que movia Mandela.
 
Sua vida é marcada pelos ensinamentos do seu povo, raízes estas nunca deixadas por ele, mas também há muita influencia cristã, devido as escolas em que passou ligadas a tradição de igrejas Wesleyanas, e a alguns religiosos que fizeram parte de sua vida, primeiro o reverendo Matyolo e mais tarde o Arcebispo Desmond Tutu. 
 
Nascido para ser príncipe de sua tribo, decidiu lutar pelos povos da África, doando sua vida pelo ideal de liberdade e igualdade para todos - UBUNTU - "Sou o que sou, pelo que nós somos".
 
Mandela, em meu ponto de vista, é e sempre será mais que um estadista, ou revolucionário, será uma estrela a apontar para o ideal cristão mais excelente, o amor.
 
Carteira de Membro da igreja Metodista, 1930
 
 E a lição para nós cristãos em tudo isso, é esta, que a despeito da fé que professamos, e da placa que alimentamos, está o ideal que nos move, e que não é, e nunca foi a busca por uma outra pátria, mas sim, o estabelecimento do Reino, aqui e agora, para todos. Um reino, que é maior que comida e bebida, onde a justiça, a paz e a alegria seja para todos sem exceção, porque para Deus não há judeu, grego, servo ou livre, não há macho e nem fêmea, pois todos somos um em Cristo.
 
Perdemos mais que um homem, perdemos um herói, um pedaço vivo da história, espero que não percamos os seus ideais, seus valores, e a inspiração que o motivou durante todos os seus dias, e muto mais, durante os 27 anos em que esteve preso.
 
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar."
 
Nelson Mandela - 1918 - 2013.