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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PERDIDO

Me escondi dentro de mim, e joguei a chave fora.
Como ostra que não quer ser roubada.
Mas deixei pra fora tudo o que eu mais gostava.
Parei de viver, deixei acontecer.

Me acostumei com a escuridão.
Mas me apeguei à dor, para fugir da solidão.
Fiz dela meu desejo, meu sonho, minha poesia e canção.
Dela se encheram meus lábios e coração.

Porém há dias algo estranho aconteceu:
Alguém olhou através dos meus olhos e me achou.
Aqui mesmo onde estou.
Escondido e perdido dentro do que sou.

Quer me devolver a mim.
E eu, me rebato por dentro, querendo sair.
Meus olhos clareiam e ensaio um sorrir.
O medo me invade e não sei resistir.

E confesso:
O caminho de volta tem sido difícil.
Mais difícil que o dia em que me perdi.

sábado, 17 de setembro de 2011

CAMINHAR


Conhecer.
Ver beleza além do olhar.
Dizer sem precisar falar.
Apreciar sem tocar.

Sorrir.
Sentir.
Desejar.
Não se perder querendo tomar.

Conquistar.
Dia a dia.
Pouco a pouco.
E um mundo transformar.

Esperar.
Até que algo aconteça.
Dores desapareçam.
E possam caminhar.

Juntos.
Sem o engano da ilusão.
Entregues ao caminho.
Traçado pelo coração.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

CONFORTO E DESCONFORTO




Para saber mais:
http://www.celebraii.com.br e twitter @willcjc
http://minorulandia.blogspot.com/ e twitter @minorulandia

domingo, 4 de setembro de 2011

DOR DOMESTICADA

A madrugada foi feita para chorar amor não correspondido.
Ter vontade de escrever besteiras.
Confessar o quanto sinto sua falta.
E numa destas...
Minha dor de estimação deu pra latir e abanar o rabo.
Resolvi levá-la para passear no escuro e alimentá-la com biscoitinhos de lágrimas.

Incomoda? Sim.
Faz nó na garganta.
Muda o semblante.
Dos olhos a cor.
Me tira o pouco humor.

Sem ela é como não existir
É ela quem me diz:
Esta vivo!
Ainda sofre, ainda sente, ainda ama.
Mesmo que deitado, quase morto, no escuro do quarto, jogado na cama.

Faz fugir durante o dia num sono incontrolável.
Para um mundo de sonhos, onde nem sempre você está.
Tira-me o sono da madrugada.
Pra me fazer chorar.
Faz do tempo, não minha cura, mas um tormento.

É também por ela que ainda arranco alguns sorrisos, suspiros e sonhos.
Quando na dor da saudade faz lembrar momentos.
Mesmo que o fim de tudo sejam mais lágrimas.

E quando tudo passa.
Percebo que a minha dor, é minha.
Quase amiga, companheira.
Com a qual aprendi lidar.
Que aprendi domesticar.