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sábado, 28 de julho de 2012

SINA DE POETA

Queria manchar o papel.
Expulsar a dor que sinto.
Dor que deveria ser alegre, que deveria sorrir, mas não.
Ela é tão medíocre que nem lágrimas dá.
Uma dor seca.

Então suspiro.
Suspiro e suspiro, respiro fundo.
E a mente vagueia:
“Que saudade do doce sabor do suspiro”.

E volta.
Suspiro que hoje serve apenas para não permitir uma explosão.
Explosão de sentimentos.
Depressão.

E me pergunto por quê?
E o papel me responde feliz:
Para que possa escrever.

Se ao menos ela passasse.
Escreveria com prazer.

Sina de poeta.
Doer sem saber onde.
Sofrer sem nenhum por que.

4 comentários:

  1. Coisa mais linda e profunda que já pude ler!!Parabéns alma doce e sensível do nosso querido poeta David Santos!!

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  2. Merecidamente estes louvores são para ti,pois ler alguém com tamanha sensibilidade me faz tão bem!!Obrigada David Santos,como a nossa alma clama por textos tão profundos e delicadamente ricos, sentimentos esses que parecem tão nossos!!

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  3. Lindo o texto. Como sempre você se superou e surpreendeu.
    Beijos e fica com Deus.
    Thayz

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