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domingo, 27 de junho de 2010

PENSANDO EM MARIA


Estive pensando em Maria, uma jovem israelita, que morava em uma pequena cidade rural e pertencia a uma família humilde. Estava namorando um rapaz, quando recebeu uma estranha visita “disse ser de um anjo, o Gabriel” e foi alvo de uma noticia que mudaria completamente sua vida e a colocaria em risco de morte.

O que Maria pensou?
Quais medos ela sentiu?
Será que ela mediu todas as possíveis conseqüências da notícia?
Ela realmente recebeu aquela notícia com tal naturalidade descrita?

Segundo a Lei de Moisés, uma mulher não casada e que tivesse relações sexuais, era condenada a morte por apedrejamento. Como contar a família? O que explicar? Quem acreditaria na loucura de que um anjo disse que estava grávida do Messias? Como encarar o noivo “traído”? Havia hospícios em Israel? Quem pensaria em realizar um teste de virgindade diante de uma barriga de gravidez? Quem levantaria a primeira pedra?

Maria disse apenas: Eis aqui sua serva e ainda teve calma bastante para formular uma pergunta: Como ficarei grávida se não conheço varão?

Aparentemente Deus fez a bagunça e deixou para que a protagonista se virasse com os acontecimentos dos próximos capítulos – o anjo, nunca mais apareceu para Maria.

E se ela resolvesse abortar?

E se após aquela visão, ela tivesse enlouquecido?

E se o pior tivesse acontecido com Maria, e ela fosse apedrejada?

É intrigante o porquê Maria não questionou o anjo sobre como se livraria das fofocas, boatos, do preconceito que sofreria em sua pequena cidade sendo apontada pelas pessoas como adultera, e o que faria se quisessem apedrejá-la?

E este pensar me levou a outros...

Como pequenas coisas mudam o destino de nossas vidas. Pequenas palavras que causam mudanças substanciais. Tempestades feitas com um copo d’água. Algumas tragédias que levam uma pessoa a se erguer como uma fênix, e alcançar uma posição que nunca imaginara. Porque essas coisas acontecem? Porque reagimos a situações iguais, de forma tão distintas? Para uns é força para viver e para outros a morte iminente.

- Como reagir a uma morte repentina?

- O que fazer diante da traição ou do divórcio?

- Como encarar o desemprego próximo a aposentadoria?

- O que esperar diante de um diagnóstico médico desfavorável?

- O que pensar quando um filho diz: Sou gay e te apresenta o namorado(a)?

- Como manter a sanidade diante da falência da empresa que levou anos para construir?

- De onde tirar forças para encarar um filho usuário de drogas, preso por um crime hediondo?

- Será que Deus acredita realmente que somos capazes de ter as atitudes corretas sempre?

Não acredito que Deus seja manipulador da história, pois isso me faria uma marionete em suas mãos, dirigida para onde Ele quer que fosse. E sendo assim, meus acertos e erros não seriam mais meus. Não mereceria nem graça, nem perdão, muito menos condenação. Toda essa história de salvação e evangelho seria apenas mais uma lenda, Deus seria uma farsa.

Porém as mudanças repentinas assombram os homens, não sabemos lidar com elas. Tememos o desconhecido, e aquilo que pode causar dor ou requer de nós desvio de rota sem pensar muito. E o desespero toma conta!

Dizer que apenas as pessoas “sem Deus” se entregam a dor, a loucura, ao desespero e desistem de viver, seria religioso e presunçoso. Conheço história de tantas pessoas não cristãs que passaram por situações tão complicadas e deram a volta por cima, enquanto muitos cristão, desistem de viver na primeira luta, até mesmo homens que tiveram uma história com Deus.

Será mesmo que a reação que temos diante da adversidade está diretamente ligada à religião que professamos? Ou está ligada a fé que temos?

Maria fugiu apressadamente da cidade, para a casa de uma parenta. E quantas pessoas diante de uma situação dessas também fogem, ou mais, acabam com a própria vida. Quantas também encaram o problema de frente, e tomam o desafio como meio de superação.

Qual é o jeito certo? Se está escrito que até Jesus ao perceber que sua hora se aproximava, temeu, fazendo suplicas com forte clamor e lágrimas ao Pai.

Confesso que estas questões me deixam intrigado, mas não a ponto de desacreditar de Deus. Para mim se torna mais evidente, que Ele ama sem interesses, e não faz acepção de pessoas, ele vai ajudar a qualquer um que clamar, mesmo sabendo que após a resolução do problema, pode nunca mais ser acionado de novo ou nem mesmo receber um agradecimento.

O importante para Ele é que tudo corra bem, Ele não tem prazer na morte de ninguém.

Temer, fugir, sofrer, chorar, correr, desesperar, encarar, enfrentar, superar, dar a volta por cima, em alguns momentos andam lado a lado, e são lições para a vida toda.

Citando o poeta Oliver W, Holmes: O mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual nos movemos.


Desistir de viver, JAMAIS.


Pense nisso!

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