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domingo, 20 de junho de 2010

A SUPERFICIE DA DOR


Estou afundando
Não sei se indo para o fundo do mar
Ou sendo sugado por areia movediça
Só sei que estou submerso em sentimentos dos mais perversos.

Sinto como que as lágrimas dos meus olhos
Fossem inundar minha alma
Afogando-me em mim mesmo
Sem possibilidade de salvamento.

Meu peito dói
Uma dor constante e intensa
Espero a sua mão para arrancá-la
Mas quando você vem
É para fazê-la ainda mais forte.

Meu corpo se esvai nessa inundação
E você parado, estático, me olhando
Um olhar frio e indiferente que me golpeia profundamente o coração
E essa perversão que me rodeia torna-se mais forte.

Afundo mais!
E na ânsia pela morte
No desespero do momento
Encontro no meu peito uma solução.

Esse sentimento perverso me faz forte
Levanto-me em meio as dores que me cercam
Seco as águas, sopro a areia
Te procuro, corro em tua direção
Paro diante do teu olhar.

Ergo minha mão em direção ao meu peito
E com toda força que possuo a coloco em meu coração
Seu olhar muda, tornar-se aflito, intenso, como que a adivinhar o que farei.
A perversidade torna-se mais forte
Meu coração sangra e grita de dor
E com toda força o arranco do meu peito.

Uma lágrima escorre dos teus olhos
E em meio as minhas mãos, ainda quente, meu coração pulsa
Olho no teu olho, sinto um prazer no meu peito
Invade meu corpo.

E diante de mim você cai de joelhos e diz:
"Por que arrancaste-me de você?
A dor que sentia era eu.
Era a única maneira de existir em você!"



Em parceria com Magaly Monteiro.

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