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domingo, 27 de setembro de 2009

NEUROSES ECLESIÁSTICAS

Pergunto: qual o problema com essa atitude? Não estamos corretamente querendo seguir o exemplo de Cristo? O problema é que essa atitude não é exatamente verdadeira, não é “de coração”. Sabemos toda a doutrina do amor de Deus, somos até capazes de pregá-la a outros. Conhecemos sobre as riquezas da glória de Deus, mas, tal qual o irmão mais velho do filho pródigo, não conseguimos participar da “festa da graça divina”. Na verdade, nós lá no
íntimo a achamos errada, fácil demais, descabida (aí está nosso sentimento autêntico). Acontece uma espécie de “miopia espiritual”, em que, como escreve Pedro, nos esquecemos da purificação de nossos próprios pecados.

Uma outra face desse afastamento da verdade revela um quadro triste: em São Paulo uma ONG dedicada a ajudar mulheres vítimas de violência doméstica denuncia: 90% de suas clientes são evangélicas, portanto geralmente são também esposas de evangélicos. Isso revela que nossos cultos e práticas não reduzem o distanciamento da realidade (provavelmente até o aumentem).

O enlevo da música e do louvor, as proclamações de vitória e as orações fervorosas, os clamores, as unções do Espírito e as campanhas feitas nos templos não têm conseguido produzir o fruto do Espírito na vida diária dos membros.

O homem que sai do culto se sentindo aliviado ou feliz com a experiência com Deus, mas depois bate na sua esposa em casa ou a força sexualmente, evidentemente não está cheio do Espírito Santo e não tem sido santificado pelos cultos. O afastamento da verdade tem alterado nossa realidade, geralmente para pior, tanto no meio tradicional (pelo mascaramento das emoções) quanto no pentecostal (por não melhorar o comportamento no cotidiano).

Moreno, o pai da técnica do Psicodrama, ensinou uma verdade que descobriu nos relacionamentos entre filhos e pais: quando a educação é muito severa, ela não consegue eliminar os erros. O que ela consegue é fazer com que os erros sejam praticados às escondidas, sem o pai ou mãe saberem. A severidade do pai, além de não “evitar o pecado” da filha, a faz tentar levar
uma vida dupla, para evitar o confronto e o castigo.

Portanto o diagnóstico que encontramos é duplo: (1) um medo de errar generalizado, que se revela como “sombra da ira de Deus” e nos paralisa a criatividade, a contestação e até a brincadeira, e (2) um afastamento da verdade, mesmo que involuntário, especialmente em nossos relacionamentos. E a igreja, na imensa maioria dos casos, tem contribuído para aumentar esses dois males em nossos corações.

Qual seria a saída? Permita-me sugerir que, talvez pela primeira vez, você se coloque no outro lado, no lugar de Deus. A pergunta que Deus Pai estaria tentando responder é: “como é que eu faço para convencer meu filho de que eu o amo de verdade, e não só quando ele obedece? Como eu faço para que minha filha não tenha medo de mim? Como fazer para eles acreditarem que
está tudo bem entre nós, sempre? Que eles não precisam vir chorando e repetindo sem parar “desculpe, desculpe, desculpe”? Tente responder.

Deus tem todo o interesse do mundo em que esse sentimento de medo seja removido, assim como nenhuma mãe ou pai gostaria que seus filhos o temessem. Acho que é um pouco parecido com quando queremos conquistar a simpatia de um animalzinho arredio. Como fazer para ele não ficar à distância, sem querer se aproximar? Essa deve ser a situação que Deus enfrenta com o nosso medo dEle, por conta de nossas muitas imperfeições.

Nosso “julgar a nós mesmos” está trazendo frutos. Pelo menos agora podemos fazer uma pausa nas más notícias e começar a ouvir as boas (haverá ainda algumas notícias ruins, mas o importante é que as notícias boas já começaram!)...

Karl Kepler, psicólogo, pastor e teólogo.
Post Extraído do PavaBlog

sábado, 19 de setembro de 2009

TENTAÇÃO






Os slides acima foram usados como base para a ministração do Culto Diferente do dia 19.09, onde falamos sobre Tentação. Segue comentários:

Como sempre inicio as ministrações com perguntas, para ver o entendimento que os presente têm com o assunto e, para perceber até onde posso ir e, como devo conduzir o ensinamento, se posso falar como a pessoas maduras e espirituais ou como meninos no entendimento, isto é, se terei que pegar leve ou posso pegar pesado.

Uma outra coisa que gosto de fazer é definir as palavras para poder "trocá-las" pelo pensamento que ela pode nos dar e assim fazer as pessoas perceberem um outro lado. Quando perguntei o que é tentação as respostas que recebi foram muito parecida com: pecado, fazer algo que é errado, ser forçado a fazer algo.

E depois de intruduzir e envolver as pessoas no assunto, vamos para as referencias bíblicas que vão embasar o debate.

Neste culto, falei sobre o que pensariamos se alguém fosse preso por roubar um clipe de papel da empresa - o que já fizemos um dia - e o que pensamos ao ouvir que alguém foi preso por roubar R$ 10.000,00. A não ser pelos valores envolvidos a tentação é a mesma, se apropriar de algo que não lhe pertece. Em nossos valores e crenças temos a idéia de que a pessoa que pegou o clipe não é uma criminosa que mereça punição. E com isso tratamos dos níveis de tentação individuais, pois embora a tentação seja a mesma, ela se manifesta em níveis diferentes em cada pessoa, e que para Deus não há pecadinho ou pecadão, só existe o pecado!

Abordamos a tentação de Eva e a consumação do seu pecado, Jesus lidando com os farizeus quando diz que "o que sai do homem é o que o contamina", fizemos as pessoas perceberem como o Diabo utiliza de artimanhas e estratégias para tirar do nosso interior toda a sujeira que nos contamina.

Falamos sobre o amor ao mundo e, como o sistema deste mundo age para nos manter no ciclo vicioso do pecado > tentação > pecado; e sobre a maneira que a tentação atua em nós para gerar o pecado.

Fechamos com algumas referências importantes:
- Hebreus 4:15 que diz que Jesus é nosso Sumo-Sacerdote que mesmo sendo tentado a nossa semelhança, não pecou;
- Hebreus 2:17 - 18 que diz que só foi possível Jesus ser dado com propiciação por nosso pecados, devido ao fato de ser participante da carne e sangue, e que devido ter sido tentado, pode hoje, além de ser misericordioso (entender nossas fraquezas), nos socorrer na hora da tentação;
- 1 Coríntios 10:13 - que diz que não existe tentação que não seja humana, isto é, não é algo sobrenatural que seja expulso como demônio, elas estão em nós, fazem parte de nós, mas contudo, são totalemnte suportáveis, e Deus sempre nos dá um escape;

[ E na maioria das vezes não o vemos, porque...]

- Mateus 26:41 - Como os discipulos de Jesus no Getsêmani, não estamos orando e vigiando, o Espírito está pronto, mas a carne é fraca.

[ E para nos mantermos longe das tentações, preferimos...]

- Colossences 2:20 a 23 - viver como legalistas, sujeitos a várias ordenanças: não manuseie isto, não proves naquilo, não manuseie aquiloutro, achando que isso terá algum poder contra a satisfação da carne. Ao invés de vivermos como mortos para o mundo. o que verdadeiramente somos no espírito, pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus.

Pense nisso,
Deus abençoe.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

QUANDO IGREJA NÃO É "IGREJA"

Igreja tem que ser coisa de gente de Deus, de gente livre, de gente sem medo, de gente que anda e vive, que deixa viver, que crê sempre no amor de Deus; e sobretudo, é algo para gente que confia, que entrega, que não deseja controlar nada; e que sabe que não sabe, mas que sabe que Deus sabe...

Somente gente com esse espírito pode ser parte sadia de uma igreja local, por exemplo. Entretanto, para que as pessoas sejam assim seus pastores precisam ser assim.

Se o pastor é assim, tudo ficará assim. Ou, então, o tal pastor não emprestará a sua vida para o que não seja vida, e assim, bem-aventuradamente deixará tal lugar de prisão disfarçada de amor fraterno.

Em igreja há problemas...
É claro... Afinal, tem gente!

Mas nenhum problema humano tem que ser um escândalo para a verdadeira igreja de gente boa de Deus.Numa igreja de Deus ninguém tem que ser humilhado..., adúlteros não tem que ser “apresentados” ao público..., ladrões são ajudados a não mais roubarem...,corruptos são tratados como Jesus tratou a Zaqueu..., e hipócritas são igualmente tratados como Jesus tratou aos hipócritas...; ou seja: com silencio que passa..., mas, ao mesmo tempo, não abre espaço...

Na igreja de gente boa de Deus fica quem quer e até quando deseja... E quem não estiver contente não precisa ser taxado de rebelde e nem de insubordinado... Ele é livre para discordar e sair... Sair em paz. Sem maldições e sem ameaças; aliás, pode sair sem assunto mesmo...

Na verdadeira igreja não há auditores, há amigos.
Nela também toda angustia humana é tratada em sigilo e paz.

Igreja é um problema?...Sinceramente não acho...
Pelo menos quando a igreja é assim, de gente, para gente, liderada por gente, com o propósito de fazer de toda gente um humano maduro — então, creia: não há problemas nunca, pois, os problemas em tal caso nada mais são do que situações normais da vida, como gripe, febre ou qualquer outra coisa, que só não dá em poste de ferro...

Tudo o que aqui digo decorre de minha experiência...Não é teoria...
Pode ser assim em todo lugar...

Mas depende de quem seja o pastor...
E mais: se o povo já estiver viciado demais nem sempre tem jeito...

Entretanto, se alguém decide começar algo do zero, então, saiba: caso você seja gente boa de Deus, e que trate todos como gostaria de ser tratado..., não haverá nada que não seja normal, pois, até as maiores anormalidades são normais quando a mente do Evangelho em nós descomplicou a vida.

Pense nisso!...Nele,Caio

Postado inicialmente no Blog: http://cartesianofinito.blogspot.com/2009/09/quando-igreja-nao-e-igreja.html

domingo, 6 de setembro de 2009

ESCOLHA





O vídeo acima mostra claramente a dificuldade que temos em tomar decisões, inclusive as que dizem respeito em obedecer a vontade de Deus para nossas vidas, ou melhor, de deixar o Senhor decidir por nós.

Quero elevar esse pensamento sobre ESCOLHA, através desta passagem do livro de Coríntios:
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam.” – 1 Coríntios 10:23

Acredito que Paulo aqui está falando de escolha, o tema que abre essa referencia em minha Bíblia é “Os limites da liberdade Cristã” (Sheed).

A palavra lícito, no Dicionário Brasileiro Globo – tem como significado, aquilo que é permitido por lei, que é justo.

Lembro-me então, das várias proibições legais, instituídas pelo próprio Deus nos livros da Lei escritos por Moisés, lembro-me também de Jesus dizendo que a Lei e os Profetas se resumem em amar a Deus e ao próximo, lembro-me do escritor de Hebreus dizendo que as palavras ditas pelos anjos se tornaram firmes e toda desobediência recebeu justo castigo e agora ouvimos o apostolo Paulo declarando que TUDO agora é legalmente permitido.

Quando ele diz que TODAS as coisas são lícitas, ele não quer dizer outra coisa senão isso, levando para o popular e fazendo um trocadilho com um funk antigo: TÁ LIBERADO; TÁ TUDO LIBERADO!

Quando levei essa mensagem à igreja disse, vamos entender melhor o que ele está dizendo:
É permitido matar? SIM
É permitido adulterar? SIM
É permitido furtar? SIM
É permitido mentir? SIM
E assim por diante.

O que não percebemos é que Paulo não está trazendo outro evangelho, está apenas fortalecendo tudo o que já foi dito. Deus nos deu o livre arbítrio, temos n´Ele a liberdade de escolha e podemos ver isso durante toda a escritura.

No Éden a opção de desfrutar de todas as árvores do jardim ou tomar aquela que pertencia a Deus; Caim na opção de se deixar dominar pela ira e matar o irmão ou proceder bem da próxima vez que fosse ofertar; Em Abraão vemos a opção de sair ou não do meio da sua parentela; Com Josué vemos mais uma opção, a de servir ao Senhor Deus ou aos deuses dos seus antepassados; E assim vemos que o homem sempre possui escolhas.

A escritura é clara quando diz que Jesus morreu por nós, quando ainda éramos pecadores, ele não listou por quais pecados morreria, ele levou sobre si TODOS os nossos pecados e transgressões. Seu amor independe de nossa condição, ele encobre a multidão de pecados.

Porém ainda não aprendemos a fazer escolhas, buscamos aquilo que nos trará um bem-estar, conforto, aprovação por parte dos homens, aquilo que nos trará algum retorno, mas nem sempre essa escolha será a correta, e é neste ponto que Paulo quer chegar.

As perguntas que deveriam ser feitas antes de optar por algo seriam: Essa atitude vai me edificar? Vai edificar meu próximo? Ela convém?
Lembre-se das palavras de Jesus: Quem quiser vir a mim, negue-se a si mesmo. Entendo essa referencia não como Cristo impondo, não viva mais, deixe de lado seus sentimentos, seus desejos, etc;

Entendo que está dizendo: APRENDA A FAZER AS ESCOLHAS.
Vamos exemplificar:
Tomar bebidas alcoólicas é permitido? SIM; Convém? Depende da ocasião. Me edifica? Acredito que não, primeiro porque vai ficar meio tonto, como que sem chão, sem alicerce, mas falando sério, terá a redução dos sentidos e a possibilidade de vício e ainda se estiver dirigindo, o risco de causar algum acidente.
Sendo sensato, após responder essas perguntas, a sua opção seria por não beber.

Você pode fazer esse exercício com várias outras coisas que os crentes proíbem e que biblicamente está liberado, e respondendo a elas, não que se torne mais fácil tomar alguma decisão, mas acredito que erraríamos menos.

O importante é tratar essas questões a luz das escrituras, levando nossos pensamentos cativos à obediência de Cristo, desejando experimentar a sua boa, agradável e perfeita vontade, porque o coração do homem é enganoso, e sempre se inclinará para aquilo que nos é agradável.

Você é livre em Cristo para fazer as escolhas que quiser desde que elas edifiquem e sejam convenientes a você, ao seu próximo e te aproximem do Pai.
A verdadeira liberdade está na possibilidade de fazer escolhas! Toda imposição é uma prisão.

Pense nisso e Deus abençoe.