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sábado, 28 de maio de 2016

QUEM DERA, UM DIA

Quem me dera que um dia
Tenha oportunidade
Viver amor de verdade
Que seja minha companhia

na tristeza, na alegria
sem frescura, sem vaidade.

Que apenas em um momento
seu olhar de verdade
Aqueça meu coração e
segure minha mão
caminhando em liberdade
Ser apenas o que sou.
sem disfarçar o nosso amor, ter cumplicidade.
Essa vida é só um momento, passagem de pensamento diante da infinidade.


Texto de Mari Marinalva.
Publicado com autorização -  texto inspirado em uma declaração feita por meu marido em meu aniversário (27/05/16)

quinta-feira, 26 de maio de 2016

AH, MAS OS HOMENS TÊM QUE USAR GRAVATAS

Em Londres, uma recepcionista foi mandada pra casa por sua empresa, por se recusar a trabalhar de salto alto. A notícia se espalhou e sociedade inglesa colocou o tema em debate. Ah, mas os homens têm que usar gravata. Na sociedade tradicional do Brasil varonil, mulheres devem andar bem vestidas, de preferência usando salto. Ah, mas os homens têm que usar gravata.

Mulheres devem ser magras, elegantes, suficientemente sensuais, suficientemente recatadas, montadas no salto, depiladas, escovadas, com cada fio branco devidamente pintado, não podem ter olheiras nem usar um corretivo vagabundo que acentue as marcas de expressão. Não devem esquecer o rímel, nem o batom, que também não deve ser vermelho pra não ficarem parecendo vadias. Que a roupa seja atraente mas não marque muito o corpo, porque senão fica vulgar, mas também não pode ser muito fechada, senão fica muito pudica, fica feia. A mulher tem que pintar as unhas. Tirar cutículas. Depilar o buço. Pinçar as sobrancelhas. Cuidar da dieta. Malhar. Ler, porque nada mais chato do que mulher que não tem assunto. Tem que ter assunto, mas não pode falar muito, senão assusta o homem. Ah, mas os homens têm que usar gravata.

As casadas têm que ser esposas cuidadosas, têm que olhar as coisas da casa, têm que ser boas mães e ainda preparar surpresinhas para “segurarem” o marido. Mulheres devem aceitar cantadas na rua como agradáveis. Se forem bonitas e fecharem a cara, pode parecer que são metidas. Se forem “feias” e ainda assim fecharem a cara, podem parecer mal agradecidas. Mulheres estão na rua para enfeitar o mundo dos homens. E precisam estar impecáveis, porque eles vão olhar e vão cantar. Ah, mas os homens têm que usar gravata.

Mulheres têm jornada dupla: uma em casa pra não serem acusadas de desleixo, outra fora de casa para que não sejam chamadas de dondocas preguiçosas sustentadas pelo seus homens. Aliás, mulheres têm que ter um homem. Senão são encalhadas, mal amadas e não cumpriram seu grande papel social, que é o de se casar e ter filhos. E cuidar dos filhos. E mantê-los limpos, educados, finos, elegantes e não-sinceros. Polidos. Ah, mas os homens têm que usar gravata.

Mulheres não podem reclamar dessas coisas, porque é feio ficar de mimimi. Pois quer saber? Manda logo esse raio de gravata pra cá, deixa que eu uso. E vá você pra minha depilação, pro meu cabelereiro
, vá você tomar cantada na rua quando você não está a fim, vá você ser chamado de burro, de histérico, vá você subir no salto que eu não quero usar pra trabalhar e fique com ele o dia inteiro. Vá você ser chamado de vadio, de vagabundo, vá ser ameaçado de estupro, vá ser ridicularizado quando dá sua opinião sobre qualquer coisa. E não reclame. Não me venha com mimimi.

Dê cá essa sua gravata. E também a oportunidade de ser selecionada para o seu cargo e o seu salário. E leve consigo o meu pacote.

Ana Cris Gontijo.
Publicado com autorização.

domingo, 8 de maio de 2016

SER SALVO PARA SER HUMANO

Com menos de 80 páginas e uma linguagem simples e objetiva, Laercio Amorim de forma muito ousada e instigante, literalmente põe a pulga atrás da orelha questiona a doutrina da salvação. Longe do lugar comum onde se encontram a maioria dos cristãos protestantes (evangélicos), o livro faz uma analise do conceito de pecado, salvação, paraíso e o pós morte.

Como um professor querendo se fazer entender claramente, mas desejando que o aluno se interesse, se aprofunde e levante seus próprios questionamentos e argumentos, o livro tem aquele sabor de quero mais e o desejo de se aprofundar nos temas só aumenta a cada capitulo.

Laercio fala de uma salvação para o aqui e agora, uma salvação que nos faz perder de vista o Paraíso e nos firma os pés no Reino dos Céus estabelecido entre os homens. Uma salvação que nos afasta do ideal utópico de perfeição e nos desperta para a nossa humanidade, pois o erro de alvo de Adão e Eva foi "querer ser igual a Deus" desprezando que foram criados a sua imagem e semelhança.

Ser salvo para ser humano fala da plenitude da salvação para o hoje, para o nosso tempo, fala de uma salvação não somente para si mas que nos leva em direção ao outro.

Recomendo a leitura para você que gosta de ser desafiado em suas crenças e fé.
Seria uma maravilha ele fazer palestras sobre o tema.

Ser Salvo para Ser Humano
Autor: Laercio Amorim
Fonte Editorial