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segunda-feira, 13 de abril de 2015

CONSTRANGIDO POR AMOR #BBZL



Sim, sou gay.

Sim sou cristão.

Na minha memória ambos, desde que me entendo por gente.
Vivi minha cristandade intensamente, era fervoroso, em algumas coisas fundamentalista.
Minha homossexualidade.
Escondi por 28 anos, até que me apaixonei pela primeira vez.
Deixei a igreja não por ter sido discriminado.
Embora tenha acontecido algumas vezes durante minha vida.
Já ouvi de "no meu altar ele não sobe" a "tem demônios".
Fui proibido de ser amigo e frequentar lugares.
Mas não sai com mágoas.
Sai por respeito.
Sou pastor. Meus pais, irmãos, tios, cunhados e avó lideres na igreja.
Não queria mais me esconder ou mentir, dizer que estava "esperando em Deus".
Mas também não queria afrontar ninguém.
Existem fracos na igreja.
Aprendi a amar ao ponto de não ser tropeço.
E já disse Paulo, o apóstolo, "no que depender de vós tende paz com todos"
E isso, procuro fazer ate hoje.

Me apaixonei.
Comecei a namorar.
Noivei. Ficou sério.

E neste meio tempo fui apresentado a uma comunidade cristã..
Mas exitei muito em ir a um culto.
Namorei a igreja por quase 2 anos.
Seguindo a igreja no twitter percebi um Deus que conhecia.
Mas não tinha ainda experimentado.

Ele me abominava por ser homossexual?
Não! Mas para alguns que o chamam de Deus e se sentem "eleitos" sim.

Cada eco de pregação ardia em meu coração.
Uma mensagem desinteressada em criar semi-deuses ou santos.
Que valoriza a humanidade a exemplo do Cristo.
Que se esvaziou da glória e se fez carne.

Tomei coragem e fui.
E cá estou há apenas um ano, mas que vale por toda a minha vida.

O que ela tem de diferente das outras?
Quase nada.
Repleta de conflitos, problemas e dificuldades.
Tudo muito parecido com a igreja de épocas anteriores.

Sei que tem gente que não aceita o fato de ter um casal homossexual frequentando a "sua" igreja.
Que deve torcer o nariz e falar pelas costas.
Ameaçar o pastor e os irmãos.
Mas o "atire a primeira pedra quem não tem pecados" ainda está valendo.
Então, baixem as armas.

Isso me incomoda?
Nem um pouco.
A graça de Deus é multiforme.
Nela não há nacionalidade, gênero, condição social.
Somos um e estamos em Cristo.
É na diversidade que a igreja acontece.
Na comunhão de amor entre os diferentes.

O que me incomoda?
O julgamento desumano que condena ao inferno.
A desistência do dialogo e a resistência ao entendimento.
A persistência em paradigmas e sofismas que desembocam na falta de amor.
Que causam morte em nome de um deus que não é o Cristo.
Pois Ele, morreu para dar vida com abundancia.

Porque ainda estou lá?
Pelo amor que tenho experimentado.
Pelo respeito que tenho vivenciado.
Por ser abraçado e abençoado.
Por ser visto como filho.
Por me sentar a mesa.
Por me sentir parte.
Por ter amigos.
Por ser amado.

Me casei.
Fui apoiado.
Encorajado.
Abençoado por vocês.

E acredito que sementes estão sendo plantadas.
Se colheremos ou não, isso convém a Deus determinar.
A nós compete, não esmorecer.
Mas nos mantermos firmes na fé.

A todos vocês meu amigos.
Sejam o verbo encarnado do discurso de vocês.
Não desistam.

Permaneçam sendo para nim, como o tanque chamado Betesda.
A casa onde encontro misericórdia.
O abraço apertado que cura, consola e encoraja.

Obrigado.
Com amor.

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