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domingo, 25 de março de 2012

BALÕES - REFLEXÃO SOBRE A VIDA.

“O vento sopra onde quer. Ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito” - João 3:8

Quando somos crianças, fazemos planos e os colocamos num balão de ar. Enchemos esse balão com todos os sonhos de conquistas, realizações, saúde, felicidade, etc.; e o fazemos voar.

O que a criança não sabe é que o balão só permanece no ar se continuar aquecido. Não basta estar cheio, a chama dos sonhos precisa continuar queimando, senão o ar esfria, o balão esvazia e todo o esforço é esparramado no chão.

A criança também não sabe, é que enquanto está no ar, o balão sujeita seu caminho à rota dos ventos, e precisará adaptar-se a estas novas rotas.

Os ventos poderão mudar a direção dos seus sonhos por algum tempo, fazendo-a tomar novos caminhos ou atalhos, ou mesmo mudar tudo o que havia planejado. Alguns sonhos serão substituídos por outros, e outros serão esquecidos. Ter isso em mente, de maneira muito clara, reduz o sentimento de decepção que muitas vezes nos assola.

Quem faz uma rota de viagem ou planos, disponibilizando tempo e recursos, sabendo que a qualquer momento tudo pode mudar, sabendo que a qualquer momento o sonho pode tornar-se um pesadelo ou simplesmente acontecer o despertar?

Enquanto crianças, acreditamos que, como nos contos de fadas, essa viagem pode não ser fácil, mas teremos um final feliz e tudo o que planejamos acontecerá.

Quando chegamos à fase adulta e percebemos tudo isso, temos duas opções: lamentar o fato de ninguém ter nos dito que as coisas não eram bem como imaginávamos, ou tomar as redias da situação e mesmo “caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento...eu vou” continuando a nossa jornada rumo aos nosso sonhos, vencendo os obstáculos.

A maravilha em ser criança está no fato de que, se ela tivesse a consciência de um adulto, e a sabedoria adquirida das experiências desta viagem, não teria graça sonhar.

O Apostolo Paulo, escreveu: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”.

Ao ler esta referencia isolada, podemos acreditar que ele estava menosprezando uma fase de sua vida, mas não, ele estava apenas reforçando a sua importância, pois sem ela, não chegaria ao pleno conhecimento. Ele reafirma isso escrevendo: “Quando vier o que é perfeito, então o que é em parte, será aniquilado”.

Isso significa que, sem essa inocência da criança, viveríamos todos respondendo apenas as circunstancias da vida, e acredito eu, ainda viveríamos na idade da pedra: “Se não fosse o sonho de voar, não teríamos o avião”.

Ausência de vento. Vento a favor. Vento contrário. Balão no ar.

Mesmo que alguns dos meus sonhos de infância não tenham se realizado e alguns deles tenham sido transformados, o importante é que a maturidade que tenho hoje me permite continuar sonhando e manter o meu balão no ar, essa é a graça da vida.

domingo, 18 de março de 2012

A FELICIDADE É DISCRETA

Relendo um arquivo com minhas frases do twitter, percebi o quanto são melancólicas, há uma dor intrínseca em casa palavra. Dos quase três anos em que mantenho a conta, ao menos dois deles foram dedicados quase que exclusivamente a vivencia de uma dor, de choros e tristezas.

Sim, estava sofrendo de verdade, um amor não correspondido, uma crise de identidade, mudanças de valores, etc. Estava vivenciando um conflito interno e só o que conseguia fazer era escrever.

Esta dor aos poucos foi embora e já não a sinto. Mas o fato estranho é que percebi que na mesma proporção, a inspiração para escrever também foi diminuindo.

Pesquisa realizada pela Universidade de Vermont EUA que analisou 46 bilhões de palavras tweetadas por 63 milhões de usuários desde 2009, concluiu que a felicidade global está em declínio, o mundo está ficando mais triste. A pesquisa levou em conta, vários incidentes globais que aconteceram a partir daquele ano, como o tsunami no Japão, surto de gripe suína e etc, porém houve um aceleramento na utilização de palavras tristes no primeiro semestre de 2011.

Porque a tristeza é tão explicita? Porque falamos tanto de nossos desafetos e problemas? Porque os momentos felizes são menos cultuados que os de tristeza? Porque sofremos por dias quando alguém morre e não fazemos festa quando um novo humano nasce? Porque um rosto triste é tão facilmente identificado, e um rosto alegre passa como um rosto normal? Porque não existe um telejornal com notícias boas?

Porque a tristeza é tão sintomática e somatizante?

Sou daqueles que acreditam que não nascemos para a tristeza. Deus ao criar o homem o colocou num jardim chamado Éden que significa jardim de delicias. E por isso quando sofremos queremos colocar a dor e a tristeza para fora, não importando o meio. São como corpos estranhos dentro de nós, e que tentamos expulsá-los.

O motivo de buscarmos a felicidade, e nunca nos satisfazermos nesta busca, deve-se ao foto de que a comparamos com a tristeza. A tristeza grita, se mostra, alardeia: Estou aqui! Afelicidade não!

A felicidade não faz propaganda de si mesma, ela não é um produto, e nem esta a venda. Ela é o nosso estado de direito, nosso lugar comum, e por isso, queremos guarda-la conosco.

Só consegue percebê-la quem olha nos olhos e enxerga o brilho que ela os dá, caso contrário, é quase imperceptível.

A felicidade é discreta.

domingo, 11 de março de 2012

RITMO

Um tapa.
Um ruído estalado.
Desobstruindo o pulmão.

Acelera o ritmo.
Muda o compasso.
Bate forte coração.

Musica que soa.
Choro que ecoa.
A vida começou.