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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

POR UMA NOVA CIDADANIA - DIRETAS JÁ


Dias trás li o livro "Decepcionado com Deus - de Philip Yancey" escritor e jornalista norte-americano de que gosto muito. Neste livro ele trata do sofrimento que nos abate e, de como este sofrimento pode nos tirar a fé ou fortificá-la. Mas não é sobre fé que quero falar, e nem sobre um sofrimento causado por uma fatalidade da vida, como um acidente, doença, separação, etc; e sim sobre a falta de FÉ que nos abate num contexto político.

Os escritores biblícos deixam claro que a manutenção da sociedade, depende muito das ações das pessoas. Tiago - o irmão de Jesus - escreve em sua epístola que a verdadeira religião é "cuidar do orfão e da viúva em suas dificuldades, e guardar-se da corrupção". Se é religião, esta diretamente ligada às pessoas e não ao Estado. E isto, está longe de ser uma obrigação apenas de cristãos, ou pessoas de fé como Madre Tereza ou Luther King, mas, é uma obrigação de todo ser humano.

É sabido que o termo "cidadão" é conhecido antes mesmo do nascimento de Cristo, derivado do Grego antigo e que referia-se ao indivíduo que vivia na cidade e ali participava ativamente dos negócios e decisões politicas e isso envolvia todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade: direitos e deveres.
Quem não exercia a sua cidadania era marginalizado, ficando numa posição inferiorizada e até mesmo excluida dentro do grupo social. E neste exercício da cidadania surgiram os grandes pensadores da antiguidade - Socrates, Platão etc.

Percebe-se que o bem-estar individual e coletivo dependia da decisão de todos, de onde surgiu a democracia - o povo expressando sua vontade a respeito de determinado assunto, por meio de voto ou pela eleição de representantes que tomam a decisão por eles.

Eu era uma criança, mas me recordo em flashs as imagens da chamada "Diretas Já", o povo querendo exercer sua cidadania, a luta pela conquista da democracia. O povo brasileiro não queria ficar comos os gregos antigos que não exerciam o seu papel - marginalizados e excluidos da vida social - queria ser e ter voz ativa, e assim decidir os rumos do pais e da sociedade. Mas 27 anos depois parece que voltamos a estaca zero.

O que pensariam Socrates e Platão ao ver nosso horário eleitoral, ou ainda, o quão indignados ficariam com nossos debates políticos, onde não há debate de idéias para um fim proveitoso e coletivo, e sim, apenas acusações e exposição interesseira da porcalheira que é a vida privada de alguns dos nossos futuros representantes.

Infelimente hoje, as pessoas não têm este conhecimento histórico que nos remetem a importância do voto, da democracia, da cidadania, e que motivava os gregos a se engajarem naquilo que diz respeito ao bem-estar-comum e este engajamento acarretou uma revolução socio-cultuaral no berço da civilização, determinando o curso da história da humanidade.

E o que isso diz respeito a nós?

A cidadania, mais do que o exercício da democracia é o engajamento do individuo nas coisas da cidade, visando o bem coletivo. O que nos remete ao que Tiago disse, cabe a nós também fazer algo, não apenas aguardar pelos representantes.

Por uma nova cidadania, precisamos de uma revolução - uma nova "Diretas Já" - irmos para as ruas por uma nova consciência-política-individual, de que EU faço parte dos resultados obtidos, se a sociedade está como está, é porque EU como cidadão, não estou levando a sério o âmago desta palavra.

Podemos nos engajar em ONG's ou outros projetos assistenciais, ou simplesmente não jogar lixo nas ruas, ou não comprar coisas contrabandeadas, ao invés de apenas reclamar que ninguém faz nada e que ninguém está olhando.

Não desperdice o seu direito a cidadania e a democracia, conquistados com o labor de grandes pensadores e com a morte de algumas dezenas durante a luta pela democratização do país. Não faça da politica um circo, com espetáculo de palhaços, artistas pop ou bailarinas. Conscientize-se de que você pode fazer parte de uma nova revolução socio-cultural que pode mudar o rumo da humanidade, nem que seja a SUA HUMANIDADE.

Como disse um pensador do nosse século: "Seja a mudança que você quer no Mundo".



Pense Nisso!


Texto meu para o Blog Questionando a Verdade.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente, temos que fazer a nossa parte, se fizéssemos tornaríamos o voto apenas a expressão daquilo que já se é, e não uma tentativa de expressar preocupação por uma realidade que se nega na própria existência. Paz querido!

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  2. Que gostoso passar por aqui, saiba que já estou a te seguir. Foi uma leitura muito proveitosa, e saio daqui com um sentimento de vitória, de agregação. Obrigado pela leitura, e espero poder passar sempre aqui, grande abraço.

    Dan

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