Pages

sábado, 1 de agosto de 2009

SINAIS DE CONVERSÃO

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinha tudo em comum. Vendia as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” – Atos 2: 42 – 47

Há alguns dias, ministramos essa passagem, cujo título na minha Bíblia diz: “Como viviam os convertidos” [Bíblia Shedd], iniciei introduzindo sobre o título, pois ele é muito significativo nesta passagem, pois o que se lê após ele é a descrição do modo de vida dos primeiros convertidos e um sinal para nós da Igreja do século XXI. E a pergunta que conduziu a ministração foi: Somos realmente convertidos?

Não quis fazer do texto regra geral para determinar a conversão de um indivíduo, mas trazer luz e comparar com a atual situação dos chamados “convertidos”.

Perseveravam na doutrina dos apóstolos:

Quando falamos de perseverança, pensamos em um esforço para atingir um objetivo ou mesmo constância no propósito, e fica claro que assim como hoje, mesmo na igreja primitiva, não era fácil viver de acordo com a palavra de Deus. Seguir a vontade de Deus requer esforço contínuo, como disse Jesus: a porta e o caminho são estreitos, mas conduzem a vida.

Quantos de nós já não ouviu o pastor perguntar no culto de Terça o que foi ministrado no Domingo, e menos de meia dúzia de irmãos responderem. Já se perguntou o motivo?

Jesus é bem claro quando afirma que aquele que ouve as suas palavras e não as pratica é semelhante ao homem que edificou a casa sobre a terra sem alicerces, e vindo contra ela o rio, logo desabou (Lucas 6:49) e também Tiago nos adverte que aquele que apenas ouve a palavra e não as pratica, engana-se a si mesmo. O termo para ouvinte nesta frase em Tiago 1:22 é AKROTAI, termo grego usado especialmente para aqueles que assistiam aulas mas não se tornavam verdadeiros discípulos.

Fica evidente que a prova de que aprendemos aquilo que ouvimos é a pratica, como na teoria das competências, em termos de Gestão de Pessoas, o famoso CHA: conhecimento, habilidade e atitude.

Adquirimos o conhecimento por meio da leitura e de ouvir a palavra; aprendemos como colocar em prática ou adquirimos a habilidade, através da explicação do texto, da meditação, o que o torna mais prático, vivencial (pelo menos é o que se espera de uma ministração) e a atitude é o momento em que nos vemos forçados pelas circunstancias a colocar em prática aquela linda pregação de Domingo, e é ai onde falhamos.

E é fato, e bíblico, que só a prática conduz a perfeição, e vou precisar de perseverança para lutar contra as minhas vontades e ficar firme no propósito de praticar a vontade de Deus, e assim, glorificá-lo.

Tiago afirma que “a perseverança deve ter ação completa, para que sejamos perfeitos e íntegros, em nada deficientes” – Tiago 1:4.

Mas não é isso que temos visto por ai, presenciamos “convertidos” com atitudes muitas vezes pior que a dos incrédulos; são mentirosos, arrogantes, invejosos, vingativos, usam palavras de baixo calão, falta-lhes educação, cordialidade, simpatia, amabilidade, etc [isso para não ser duro].

O pastor não tem coragem de corrigir, para não perder a ovelha, e ainda ouvimos a belíssima frase: “É Deus quem faz a obra”. Porém nos esquecemos que, a responsabilidade de praticar a palavra é TODA NOSSA.

Perseveravam na comunhão, no partir do pão e nas orações:

Entendo que aqui, o autor está falando de Relacionamento, a capacidade de conviver ou comunicar-se com seus semelhantes, condicionada por uma série de atitudes recíprocas, que é uma das bases da igreja como Corpo de Cristo e Família de Deus.

Por não colocar em prática a palavra e ainda ter algumas atitudes mundanas, o maior problema para o “convertido” é estar com os irmãos.

A nossa desculpa para mantermos certa distância, é não querer ninguém se intrometendo em nossa vida ou mesmo, evitar os fofoqueiros ou invejosos. Quando na verdade é a falta de amor e o fato de não reconhecermos que estamos todas na mesma caminhada, uns mais a frente e outros ainda iniciando e que, precisamos em amor dar suporte aos irmãos e nos exortar a santidade, só assim iremos crescer em Deus.

E por isso adoramos freqüentar mega-igrejas, no intuito de evitar qualquer contato mais próximo com os outros “convertidos”, pois nelas dificilmente encontraremos a mesma pessoa no próximo culto.

Para existir comunhão é necessário ter algo em comum, algo que se deseja compartilhar ou vivenciar. O que temos em comum e o que nos une como igreja, são os aspectos espirituais: em que cremos e a que princípios seguimos – um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos.

O partir do pão fala de refeição, do momento em que as famílias se reuniam em torno da mesa e compartilhavam o seu dia. Uma das maiores funções da refeição coletiva é consolidar o grupo, reforçando laços sociais.

E o momento que nos elevamos a tal ponto, que todas as diferenças se perdem na necessidade de experimentarmos a presença de Deus, é o momento da oração, onde reconhecemos que nada podemos em nós mesmos e somos todos dependentes d’Ele.

Observamos aqui a necessidade de não permitir que nossas muitas diferenças – como seres humanos - se tornem motivos de separação. E é importante também perseveramos para mantermos essa unidade, segundo o apóstolo Paulo, temos que nos esforçar por preservar a unidade do Espírito (Efésios 4:3).

Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos:

Existe na Bíblia, mais de 25 expressões que enfatizam a importância do temor, ele não está associado a medo ou pavor irracional, e sim, a respeito e reverência.

Os judeus reconheciam a grandeza de Deus, reconheciam os fatos históricos que levaram Israel a perecer no deserto, e isso era motivo de grande temor. Como nos adverte o escritor do livro de Hebreus, que as palavras faladas por anjos se tornaram firmes e a desobediência recebia justo castigo, como escaparemos se negligenciarmos a tão grande salvação? (Hebreus 2:2-4).

E esse parece ser um dos grandes impeditivos para a manifestação de prodígios, sinais e milagres em nosso meio: não praticarmos a palavra e não perseveramos em criar relacionamentos sinceros e isso não somente o povo, como também os sacerdotes, que se acham superiores e mantém distancia do povo (O que querem esconder?).

Fica claro aqui que existe uma integração entre milagres, temor, cumprimento da palavra e a unidade no Espírito, como se fossem fatores determinantes para a manifestação do Espírito Santo.

Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.

Não sou socialista, e acredito que Deus também não seja, porém vemos em toda a Bíblia, o Senhor dando meios para que a pobreza excessiva seja amenizada no meio de seu povo. Veja as referências: Leviticos 25: 8 – 34 – O ano de Jubileu; Deuteronômio 15: 7 – 11 – Leis a favor dos pobres; 2 Coríntios 8: 1 – 15 – A oferta da Igreja para os pobres da Judéia.

O que vemos hoje, por conta da Teologia da Prosperidade ensinada da forma mais absurda, muitos se convertendo apenas por conta da possibilidade de melhorar de vida, tornarem-se empresários, ver o sonho da casa própria realizados, etc.

Esquecemos de juntar tesouros onde a traça e a ferrugem não corrói, para adquirir bens e riquezas passageiras, o mais importante é TER, ao invés do SER.

Quero deixar claro que o erro é a inversão de valores, deixamos de buscar as coisas espirituais, para buscar uma vida “abundante” de bens e riquezas terrenas, queremos ser cabeça, estar por cima, e se para isso for necessário deixar de lado princípios elementares da doutrina cristã como o amor, a bondade, e a abnegação, será feito.

Enquanto isso sentamos no templo ao lado de irmãos que estão com fome, sede, frio, padecendo necessidades vitais e dizemos: Eu te amo irmão, com o amor de Jesus! Mas, não temos olhos para perceber seus pés descalços, seus pelos arrepiados de frio e não temos ouvidos para ouvir seu estômago clamar por comida.

Os sacerdotes se preocupam mais em construir templos recheados de ouro e da mais alta tecnologia, enquanto seus irmãos padecem de necessidades básicas.

Testemunhos e mais testemunhos de benção financeira, e nenhum testemunho de transformação de vida ou de caráter.

Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo.

Hoje quando realizamos cultos, seja onde for, infelizmente não é para contar com a simpatia do povo, mas para irritar os vizinhos. O som alto, a gritaria, o jeito esnobe de alguns “convertidos”, o preconceito com os não-cristãos, são algumas características dos convertidos de hoje e que são o estopim para frases como essa: Para ser crente como este, prefiro ir para o inferno!!

Simpatia é o fenômeno de despertar nas pessoas o desejo de ser de algum modo semelhante ao outro.

A vontade de estar juntos e de compartilhar a fé era tão grande e necessária, que além do templo, os convertidos se reuniam de casa em casa: uma alegre festa americana, das quais os vizinhos queriam participar, era algo agradável e convidativo.

Dia desses uma colega de trabalho comentou que vinha no trem, e alguns crentes começaram a cantar, dar seus testemunhos e a pregar, e isso era umas seis ou sete da manhã. Particularmente eu, durmo na condução a caminho do meu trabalho, levanto às 5h15 da manhã e levo quase duas horas no ônibus e me incomoda o fato de pessoas ouvirem música sem o fone de ouvido, seja ela música cristã ou não, o que além de crime é uma falta de respeito para com o próximo.
Fiquei imaginando os não-cristãos daquele vagão, também querendo dar um cochilo, muitos que estudam e foram dormir após a meia-noite, e os “convertidos” gritando dentro do trem, pregando fogo e enxofre.
Com toda certeza as pessoas não se interessaram pela mensagem, pois a maneira com que ela foi levada não foi convidativa, não foi agradável e sim irritante e em momento inoportuno.

Se notar, muitas pessoas atravessam a rua para não passar em frente ao templo, pois nossas reuniões deixaram de ser convidativas e nosso modo de vida, não conquista a simpatia do povo.

Os pecadores e cobradores de impostos gostavam da presença de Jesus e isso para os religiosos eram motivo de inveja e perseguição.

Por qual motivo os não-cristãos não se sentem confortáveis em nossas reuniões?

Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.

Chegamos ao cume da ministração, o motivo pela qual a comunidade de cristãos crescia.

Nota-se que um conjunto de fatores determinava a presença de Deus no meio do povo e isso permitia que o Espírito Santo atuasse nos corações incrédulos, convencendo-os do pecado, da justiça e do juízo. São eles:

- Cristão maduros, praticantes da palavra;
- Relacionamento sincero entre o povo que culminava na unidade do Espírito;
- Assistência aos necessitados;
- Reuniões convidativas e inclusivas.

VOCÊ CONSEGUE VER ALGUMA SEMELHANÇA COM O MODO DE VIDA DOS CONVERTIDOS DE HOJE?


Pense nisso e que Deus abençoe a todos.

0 comentários:

Postar um comentário

Concorde, argumente, discorde. Expressar a opinião, está bem longe de ataques pessoais a quem você não conhece. Seja educado e seu comentário será ativado.