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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

UMA MENTIRA GAY

É inegável os avanços que a comunidade LGBT conquistou nos últimos anos,

Atualmente cerca de 25 países já legalizaram o casamento de pessoas do mesmo sexo e em 2009 aproximadamente 14 países já autorizavam a adoção de crianças por casais homo afetivos. No Brasil já é lei desde 12 de Março de 2015 a possibilidade de utilização do nome social por transexuais, garantindo ainda, a utilização de qualquer espaço segregado por gênero, quando este estiver de acordo com a identidade de gênero de cada sujeito.

Temos visto também um movimento em filmes, novelas, anúncios publicitários, comerciais de TV  e demais mídias com ações voltadas à conscientização do respeito e aceitação da diversidade, sendo o caso mais recente o da "O Boticário". Em Março deste ano cerca de 397 empresas americanas assinaram um documento pela legalização do casamento homo afetivo em todo o território dos EUA, o que fez com que a Suprema Corte Americana sancionasse a Lei em Junho do mesmo ano. 

Toda esta luta é valida, importante e não vamos parar.

Entretanto, o que não podemos permitir é que na glamourização do movimento LGBT, fuja de nossas vistas o que é essencial e, de oprimidos nos transformemos opressores, exigindo exclusividade ao invés de igualdade de Direitos, assim como se percebe em outros grupos e dentro da própria comunidade gay.

Não podemos nos esquecer que muto além dos holofotes da mídia, das multidões nas paradas do orgulho gay, nas boates, pool parties e anúncios de TV, há um mundo real, onde gays em geral são discriminados e é neste ambiente que a vida acontece:
  • Brasil lidera o ranking mundial de assassinato de gays e transexuais, é registrada 1 morte a cada 28 horas, só em 2013 foram 312 assassinatos com requinte de crueldade.
  • Pesquisa recente mostra que 1 em cada 5 empresas não contratam homossexuais. Nas que contratam, 40% sofrem discriminação. Para transexuais a situação é ainda pior.
  • Cerca de 87% da comunidade escolar tem preconceito a homossexuais, o problema afeta profissionais do ensino e alunos.
  • Taxa de suicídio entre jovens LGBT pode ser maior que para jovens heterossexuais.
  • O número de jovens gays com o vírus HIV aumentou nos últimos anos.
Os dados citados são apenas alguns números que a glamourização LGBT tenta esconder, sem contar todas as mazelas sofridas no âmbito familiar, tais como: exclusão do convívio familiar, abuso, torturas, espancamentos, humilhações, que acarretam a fuga, suicídio, uso de drogas e prostituição.

Esta luta se compara a luta pelos direitos dos negros e das mulheres, que muitos acreditam que com a abolição da escravidão, criminalização do racismo e da violência contra a mulher (Lei Maria da Penha), tiveram fim, muito pelo contrário. Ainda hoje se vê, ouve e vivencia uma série de eventos discriminatórios em que não há nenhuma intervenção do governo para reprimi-las. Os movimentos da causa negra e da mulher estão mais ativos do que nunca, mas permanecem escondidos nas senzalas e cozinhas, longe dos holofotes da mídia.

A mentira gay que nos contam hoje é a mesma contada para outros grupos oprimidos, que uma lei aqui, um favorecimento ali, irá transformar a sociedade num campo florido, onde gozaremos de paz e alegria como em comercial de margarina.

Mas a exemplo deles, constatamos que a estrada para a aceitação e respeito é mais longa que imaginamos, não são leis ou imposições que farão com que o senso comum (estereótipos, piadas, adjetivos, expressões ofensivas, etc) sejam banidas da sociedade.

Compreenda, não sou contra as ações corretivas, porém, precisamos de ações estruturais que façam com que estas leis não sejam necessárias a médio e longo prazo. Isto é, elas não podem virar um "cala-boca" do opressor que continuará oprimindo de alguma outra maneira. Um exemplo disso é que nos deram o direito ao casamento, mas estão excluindo do plano municipal de educação a abordagem à questão de gênero, impedindo educadores de tratarem o tem em sala de aula.

Precisamos acabar com as armas do opressor, cobrando leis estruturais para uma educação inclusiva, que garanta a formação de cidadãos que embora tenham suas opiniões pessoais e religiosas contrarias, não se utilizem disso para disseminar intolerância e ódio contra a pluralidade sócio-cultural, fazendo valer as prerrogativas dos Direitos Humanos e da Constituição Federal que somos todos iguais.

O que nossos jovens precisam saber é que ser gay ou hétero nunca foi e nunca será legal, como algo divertido ou que nos faça especiais em detrimento do outro. Ser gay ou hétero é algo natural, portanto só me faz único, nem melhor e nem pior.

Utopia? Para esta geração pode ser, mas quem sabe para as próximas. Prefiro viver e lutar por uma utopia que permanecer iludido por belas mentiras. Entretanto a luta é por igualdade, justiça e equidade, quando algum lado da balança pender, é necessário rever e ajustar-se.

Voltar para o armário ou trancar alguém por lá, jamais.

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