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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

EXPECTATIVAS


Um sorriso, um abraço, um aperto de mão.
Novos lugares, um bate papo, diversão.
Olhar confuso, desejo no peito, quem sabe um romance.
Porque não?

Expectativas, eu não as crio, elas existem em mim.
É assim.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ONZE


Onze eram os anos que não ia lá.
Onze anos sem sentir, sem ver, sem provar.

Onze era o horário de partir.
Onze minutos tivemos que atrasar.

Onze faixas de música a viagem ia durar.
Onze foram os CDs que precisamos levar.

Onze quilômetros de congestionamento.
Onze horas pra ao teu lado estar.

Onze ondas, onze vezes quis pular.

Onze declarações a beira mar.
Onze motivos pra te amar.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

MENTIRA


Hoje não vou postar nada no Blog.

Não quero falar novamente que estou apaixonado, que apesar da pessoa ser maravilhosa, não me ama, tem outra pessoa em sua vida, e que ao descobrir, passou a me tratar de um jeito estranho.


Não vou escrever nenhum poema, falando do quanto me sinto confuso, nem da intensa dor que não sai do meu peito. Também não quero falar sobre como a saudade de um “não sei o que” aperta o meu peito. E nem sobre a urgência que tenho de amar.

Não falarei novamente de como foi difícil fazer 30 anos, de como é complicado olhar para trás e ver que muito do que planejou não deu certo, não por sua incapacidade, mas porque a vida é assim mesmo. Não dizer que aprendi isso, após um ano de crise de identidade e de intensas mudanças.

Não vou escrever textos longos sobre os erros da igreja, sobre como me decepciono com a manipulação barata da Bíblia, e nem de pastores que vendem Jesus como num comercial de cerveja, cigarro ou coca-cola.

Não vou colocar nenhum clipe de musica cristã do grupo que mais amo, como se todos entendessem o que ouvem, ou entendessem os mistérios de Deus, como se a Sua Glória fosse perceptível a todos, como se ter fé fosse fácil.

Não vou criticar o governo, nem reclamar do calor. I won’t write in English, também não irei me expor.

Decidi que ia te enganar, como fazem os comerciais de TV, te vendem um câncer de pulmão, um vicio destruidor em forma de prazer.

Vendem uma beleza fútil, que não se encontra na rua, pra te deixar depre. Depois te vendem o remédio que te deixará magra, porém louca.

Vendem a cerveja que vem com a gostosona, mas esquecem de dizer que, quando você virar um alcoólatra, essa mesma gostosa vai te deixar, porque não suportará sua embriaguez ou o cheiro do álcool saindo dos seus poros, naquele momento de prazer, se é que ele irá acontecer.

Decidi que falaria tudo o que eu queria, sem te fazer perceber que lia.
A vida é assim.


Pense nisso.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

AMERICAN LIFE ON CHURCH



Falar de Madonna para alguns religiosos é falar de transgressão e falta de limites, isso para ser bonzinho. Mas também é falar de inovação, de ousadia e de quebra de paradigmas artísticos, culturais e sociais. Posso estar exagerando e me perdoem caso realmente esteja, por isso, é bom deixar claro que não sou fã de Madonna e também que não tenho nada contra, apenas reconheço o papel artístico que ela tem. Mas porque falar de Madonna?

Não! Não falarei de Madonna. Podem ficar tranqüilos, mas inspiração não tem hora e não escolhemos de onde vem, e desta vez a música American Life foi o combustível para fazer minha cabeça pirar em pensamentos sobre o “sonho americano” ou podemos dizer “pesadelo americano”, como é expresso nos versos da canção e no clipe ousado, e que por isso foi censurado.

Muito já foi dito, escrito e cantado sobre o sonho americano, que refletiu o desejo dos seus colonizadores de viver em uma terra de liberdade, direitos inalienáveis, felicidade, paz, tolerância, numa sociedade justa, fraterna e sem opressão. É de se admirar que os primeiros colonos da America, foram um grupo religioso - os puritanos – que tinham a idéia de fazer dela um novo paraíso.

É inegável os resultados práticos dos conceitos cristãos naquela terra, realmente “God Blessed America”, mas também é incomparável o que o desejo de manter o status de terra da liberdade a todo custo pode fazer. A história nos mostra isso para tristeza, e também para reflexão, porque a Bíblia nos mostra exemplos muito parecidos em Israel, quando a busca pela riqueza, fama, poder e liberdade, desviaram aquele povo de um propósito maior.

Mas onde está o problema? Está onde deveria estar o equilíbrio - na religião – gostando ou não, ela sempre foi o termômetro para que o homem não declinasse num poço sem fim, guiados por seus extintos mais baixos.

Podemos ver nas histórias de Israel que sempre que eles desviavam-se do propósito de Deus para eles, pela busca do “sonho americano”, este sonho se tornou em pesadelo, e Deus, em sua infinita misericórdia, sempre levantava um libertador, para os fazer lembrar o que realmente importa na vida. Em Deuteronômio, o Senhor fala por meio de Moisés dizendo:

“Guarda-te não te esqueças do Senhor teu Deus (...) para não suceder que, depois de teres comido e estiveres farto, depois de haveres edificado boas casas e morado nelas; depois de se multiplicarem os teus gados e os teus rebanhos, e se aumentar a tua prata e o teu ouro, e ser abundante tudo quanto tens, se eleve o teu coração, e te esqueças do Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa de servidão (...) não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança.” – Deuteronômio 8: 11 – 18.

Porém infelizmente, já há alguns anos, o “sonho americano” virou o sonho de alguns seguimentos religiosos. Por meio da teologia da confissão positiva e da prosperidade, palavras como conquistar, tomar posse, ser cabeça e não calda, estar em cima e não embaixo, minha benção, minha promessa, meu milagre, prosperidade, vitória, restituição; encheram as pregações, as músicas, a literatura e a cultura cristã em geral, tomando lugar de palavras como amor, fraternidade, caridade, abnegação, sacrifício, doação, serviço, etc. O que não percebemos, são os males que essa inversão de valores nos trouxe.

Igrejas superlotadas em cultos temáticos relacionados à vida financeira, campanhas e mais campanhas de restituição, vitórias, sonhos; enquanto cultos de oração, ou eventos de assistência social estão vazios. Igrejas sendo processadas por membros, acusados de “propaganda enganosa” e isto sempre relacionado a promessas feitas com base na oferta de um valor financeiro.

Tornamo-nos como escreveu o Apostolo Paulo: soberbos, presunçosos, insolentes, inventores de males, insensatos, pérfidos, buscando a qualquer preço o benefício próprio, por meio de uma disposição mental reprovável, cheios de injustiça, inveja, malicia, avareza, maldade, sem feição natural ou misericórdia.

E o que vemos por ai, é a o replay da torre de Babel, o desejo de chegar ao topo, a busca por ser o maior e o melhor, tem desviado a muitos, conseqüência de uma espiritualidade superficial baseada no ter e não no ser, no aqui e não no porvir.

Sobre isso já tinham profetizado os profetas e apóstolos. Mas, mais uma voz se faz ouvir e assim canta Madonna, denunciando o pesadelo americano, que degenera a alma humana:

Eu tenho que mudar meu nome? Isso vai me fazer ir longe? Eu devo perder alguns quilos? Eu vou ser uma estrela? Esse tipo de vida moderna é pra mim? Esse tipo de vida moderna é de graça? Entâo eu fui a um bar procurando por solidariedade, um pouco de companhia, eu tentei encontrar um amigo. Eu tentei estar a frente, Eu tentei estar no topo, Eu tentei fazer o papel, Mas de alguma forma eu esqueci por que eu fiz tudo isso, E porque eu queria mais? Esse tipo de vida moderna é pra mim? Esse tipo de vida moderna é de graça?

E ela termina em grande estilo: “Eu gostaria de expressar meu ponto de vista com franqueza, não sou cristã nem judia, só estou vivendo distante do sonho americano, e acabo de descobrir que as coisas não são o que parecem ser”.

Pense nisso!