No último sábado dia 13, fui assistir ao Musical Rua Azusa da cia. Nissi. A temporada em São Paulo que devia ser de apenas um mês, já se estende por seis e promete viajar o Brasil, mas não deve apenas prometer, deve cumprir. Um tema relevante e necessário para os dias atuais.
Quem me conhece de outras redes, sabe que amo musicais e tenho assistidos a muitos e renomados nos últimos anos, e posso afirmar que o Rua Azusa, não deixa a desejar a nenhum deles. Críticas, tenho algumas, de atuações, produção à infraestrutura do teatro, mas sei que a Cia. Nissi não possui o patrocínio ou investimento de capital privado como os grandes musicais. Por isso, deixo-as de lado e quero parabenizá-los por ousarem e se desafiarem a realizar um espetáculo grandioso e emocionante, capaz de tirar lágrima, sorrisos e aplausos calorosos da platéia.
Além da coragem, de neste momento histórico brasileiro, tocar em uma ferida aberta e purulenta da igreja: o racismo; com uma critica forte a hipocrisia que tenta esconder atrás dos púlpitos o preconceito que há sobre tudo o que diz respeito a cultura africana em nossas igrejas, se esquecendo que o pentecostalismo, o gospel e muito da nossa tradição "evangélica" nasceu deste movimento liderado por negros.
O musical conta a história do pastor William Seymor, que durante um período de grande perseguição aos afro-americanos ousou unir negros e brancos em uma unica igreja e trouxe um grande reavivamento espiritual que se alastrou por todos os Estados Unidos. A carga dramática é grande, retrata da escravidão ao racismo institucionalizado pelo Estado e apoiado pela Igreja, mostrando a luta de um povo oprimido em busca de liberdade física, mas que encontra na liberdade espiritual e nesta nova igreja o conforto necessário para as aflições de suas almas.
Ponto importante a destacar, MARAVILHOSOS profissionais negros, sim são a MAIORIA neste espetáculo: cantores, atores, bailarinos, etc; que dão um show de musicalidade ancestral e gospel.
Abaixo um pequeno trecho do que para mim é um dos pontos mais emocionantes do musical, quando são cheios do Espirito Santo.
Vale muito a pena assistir, em cartaz no antigo Teatro Brigadeiro (Teatro NIssi) em São Paulo, Capital.