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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O TRAJE DE GALA

Uma parábola sobre a verdadeira religião, sobre a intolerância, e o amor de Deus.

Num reino distante, o Reiconvocou toda a população para uma festa. A única exigência para poderemparticipar dela, era que deveriam comparecer vestidos com trajes de gala.  A população se animou, pois muitos nuncahaviam sequer passado perto do palácio, e durante os dias que antecederam afesta, não se ouvia outro comentário, a não ser sobre a festa real e o taltraje de gala.  
Estilistas, alfaiates,costureiras e artesãos de todo o reino, investiram seus dias e inclusive suasnoites para que toda a população estivesse trajada adequadamente para a festa. Brigavamentre si, dizendo que apenas eles sabiam o que realmente era o tal traje. Faziama cabeça da população, impondo medo, fazendo muitos gastarem até o que não possuíam,anunciavam pelas ruas, com cartazes, iam de porta em porta, tentando convencerum a um de que seus croquis eram os melhores e os mais corretos.  

Com isso, algumas pessoas que seachavam queridinhos do Rei diziam em alto e bom som que seriam os mais belos, eque o Rei os favoreceria; Os mais abastados andavam despreocupados, poisacreditavam saber muito bem o que seria o tal traje de gala e mandaram trazersuas vestes do exterior.  Alguns outrosfaziam alardes nas ruas sobre suas roupas, usando-as já no dia-a-dia, como sejá vivessem em festa e criticando o restante da população, que apesar deansiosa, ainda vivia sua rotina diária; e outros estavam apavorados por nãosaberem bem o que era o traje de gala, porém, escolheram com o máximo decuidado o que vestirem na ocasião.
Chegado o grande dia, soldadosreais, anunciaram a todos que haveria uma inspeção logo na entrada do palácio,esta notícia trouxe temor aos habitantes da cidade, pois pairou no ar algumas questões:Porque este traje é tão importante? E se não estiver vestido adequadamente, oque acontecerá?

O relógio da catedral da cidadebadalou sete vezes, anunciando que os portões do palácio estavam abertos, e oque se viu foi uma grande comitiva, pessoas a pé, de caro, de carroças,montadas em animais, famílias inteiras caminhavam imponentes em direção ao palácio,onde logo na entrada, dois sentinelas os olhavam de cima a baixo, conferiam alista de convidados e faziam uma anotação, que curiosos queriam saber o queera, porém, a todos foi permitida a entrada.
Após toda a população entrar nosalão principal do palácio, os portões foram fechados e tocaram-se trombetasanunciando a entrada do Rei e sua família. Porém algo estranho acontecia.

Os convidados começaram aperceber que suas vestes eram muito diferentes, algumas tinham mais brilho,outras eram simples, algumas coloridas, outras pareciam que tinha acabado deser tirada de dentro de uma garrafa de tão amassada, outras eram tão engomadasque seu dono mal podia se mexer. E os cochichos e disse-me-disse tomaram contada festa, caras e bocas se viam de todos os lados, as crianças e alguns idososapontavam o dedo e com a mão na boca sorriam, também havia aqueles que riamescancaradamente, e outros, que ferozmente acusavam os demais de estarem malvestidos para se apresentarem ao Rei. Nem mesmo o clima imponente do palácio eo anúncio da entrada triunfante do Rei, puderam conter os ânimos da população.
Ao soar a sétima trombeta,o Rei desceu as escadas rumo ao salão principal onde estavam todos reunidos, ea cada passo do Rei, o povo fazia reverencia, encurvando-se em sinal dehumildade. O Rei nem sequer olhou-os, caminhou lentamente em direção ao trono,se assentou e fez um gesto com uma das mãos, como quem pedia silêncio, poisapesar da sua presença, os comentários sobre o tal traje não findava.

De repente, uma criança saiudetrás das cortinas que estavam atrás do trono, com uma roupa tão simples, maissimples que a do mais pobre camponês convidado, porém ela resplandecia edeixava a criança mais bela que os filhos dos deuses. Ao perceberem a criança,fez-se um silêncio tal, que nem mesmo a respiração podia ser ouvida, porém,dentro de seus corações arrazoavam a respeito daquela criança tão mal vestida.
A criança então andou até um púlpitoque estava próximo ao trono e pegou um livrinho preto que estava ali exposto,abriu-o e leu o que estava escrito em tom escarlate, sua voz, não era uma vozinfantil, porque ecoou no salão, assustando a todos. Ele disse:

“Todos sem distinção estãovestidos inadequadamente, porém ninguém está mais belo que meu filho, e poreste motivo, todos são convidados, podem começar a festa”

Quem tem ouvidos ouça o que oEspírito diz à igreja.

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